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O que é melhor: jogar bem e empatar/perder ou jogar mal e ganhar?

  • Foto do(a) author(a) Ivan Dias Marques
  • Ivan Dias Marques

Publicado em 2 de setembro de 2018 às 05:00

 - Atualizado há 3 anos

. Crédito: .

O Bahia passou um turno inteiro – em número de jogos – sem conseguir vencer uma partida fora de casa no Campeonato Brasileiro. O feito só foi alcançado na última quarta-feira, contra o Ceará, em partida que havia sido adiada da 15ª rodada. E, talvez, tenha vindo no pior jogo longe de Salvador sob comando de Enderson Moreira.

O fato remete um velho dilema do futebol: desempenho x resultado. Enquanto o tricolor teve um futebol de boa qualidade, no máximo empatou. Quando passou a maior parte do tempo sem a bola, se defendendo, conseguiu ser eficiente e venceu uma partida. O que é, então, melhor: jogar bem e empatar/perder ou jogar mal e ganhar?

Uma análise superficial diria que jogar mal e ganhar pode fazer uma equipe ganhar até um título, enquanto atuar bem e ser derrotado é um passo para o rebaixamento. Há razão e não há nessa frase.

De certo, os três pontos levam uma equipe cada vez mais pra cima na tabela, mas atuações ruins que dão certo têm prazo de validade. Sem organização, sem variações, um time passa a ser previsível, portanto, mais facilmente marcável e anulado. É questão de tempo para que o resultado não venha.

Por outro lado, uma equipe que atua bem, possui jogadas ensaiadas, é organizada em campo, é uma questão de tempo para que o rendimento dê retorno. Aí entra um outro fator: a impaciência de dirigentes e torcedores e, claro, a aproximação de uma zona.

Esse foi o caso do Bahia. Enderson, diante da necessidade de pontuar e se afastar do Z4 do Campeonato Brasileiro, escalou uma equipe mais defensiva para enfrentar o Ceará, com três volantes, abandonando o sistema que o tricolor vinha atuando e tendo bom desempenho. Assim, teve menos protagonismo na partida, mas saiu com o resultado que atendeu às necessidades do tricolor.

A grande questão, talvez, seja o nível do adversário. Será que jogando dessa forma, com um rival mais qualificado e eficiente, o Bahia conseguiria o mesmo resultado? Não acredito. Assim, a proposta do técnico tricolor parece ter tido alvo certo para ser executada. 

Vitória Em relação ao Leão, a análise é semelhante. O Vitória teve um primeiro tempo com bom desempenho, sobretudo no setor ofensivo (seja na proposição do jogo ou na marcação sob pressão), mas só conseguiu ser eficiente quando estava sendo dominado pelo Atlético-MG. 

Com Carpegiani, a equipe ganhou em qualidade coletiva e, com o tempo, se a postura e comprometimento forem mantidos, a tendência é que a equipe ganhe em desempenho e conjunto. 

A mudança brusca do técnico rubro-negro após o fiasco contra o Palmeiras parecia óbvia, mas não a escolha por garotos oriundos da divisão de base. Antes desconhecidos, Lucas Ribeiro e Léo Gomes, principalmente, passaram a ser atletas quase que fundamentais à proposta de Carpegiani.

Essa é a essência do Vitória. Revelar jogadores para seu time principal e, não, para serem desperdiçados e/ou entregues de bandeja para outros clubes. A fábrica de craques precisa funcionar em benefício do Leão e, não, de outros clubes. Para isso, são necessárias uma política de base e paciência da torcida, principalmente. Os resultados acabam sendo consequência. Cada jogador possui um tempo próprio para amadurecer e dar retorno. Saber esperar é fundamental.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve aos domingos