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Miro Palma
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10:15
A classificação do Bahia para a Libertadores pelo segundo ano seguido representa uma virada histórica e simbólica para um clube que, até pouco tempo atrás, vivia entre campanhas irregulares e brigas contra o rebaixamento no Brasileirão. Depois de voltar ao torneio continental em 2025 pela primeira vez em 35 anos e garantir novamente a vaga para 2026, o Esquadrão rompe um ciclo antigo de instabilidade e assume um lugar entre os projetos esportivos mais ambiciosos do país. >
Esse avanço não é fruto do acaso. A transformação em SAF colocou o clube em outra dinâmica de gestão, investimento e planejamento através do Grupo City. Com estrutura profissionalizada, maior capacidade financeira e departamentos fortalecidos, o tricolor deixou de operar no modo emergencial que caracterizou boa parte de sua história recente. A SAF permitiu ao clube integrar tecnologia, análise de desempenho, gestão financeira mais rígida e metas esportivas claras. Com isso, os resultados começam a aparecer na tabela. Classificar-se duas vezes seguidas para a Libertadores, competição em que o Bahia tinha participações esporádicas (1960, 1964 e 1989), mostra que o projeto atual é capaz de sustentar desempenho e não apenas entregar resultados ocasionais.>
Momentos do Bahia na Copa Libertadores da América
O impacto simbólico desse feito é enorme. Torcedores que cresceram vendo o Bahia lutar para permanecer na Série A agora assistem a um time que disputa espaço entre os melhores do Brasil e volta a ocupar posição de protagonismo. O que antes parecia excepcional, hoje começa a ganhar contornos de normalidade. E isso evidencia uma mudança de patamar: competir no topo deixa de ser sonho e passa a ser expectativa plausível.>
Isso não significa, claro, que o Bahia já esteja no mesmo nível esportivo e financeiro dos maiores clubes do país, mas aponta para um caminho que muitos times tradicionais levam muito tempo para construir. A regularidade em competições internacionais costuma atrair mais receitas, aumenta a capacidade de contratar jogadores decisivos como Everton Ribeiro, fortalece a marca e amplia a visibilidade do clube. A SAF, por sua vez, cria um ambiente em que o planejamento de longo prazo não é só discurso, mas sim uma ferramenta central.>
No fim das contas, o Bahia vive um momento raro: um clube de grande torcida, mas por anos travado por limitações e gestões irresponsáveis, finalmente opera com algo proporcional ao seu tamanho. E quando um clube desse porte alia organização, investimento e resultados, o horizonte muda. A classificação para a Libertadores pelo segundo ano seguido não é apenas premiação esportiva, é o símbolo de uma nova identidade. Uma indicação clara de que o clube deixou de pensar apenas em sobreviver. >
É justamente por estar vivendo esse novo momento que o Bahia não pode se acomodar: precisa seguir evoluindo, fortalecendo o elenco e consolidando seu projeto para, enfim, transformar essas classificações em disputas reais por títulos.>