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Além dos pets: saiba a relação do médico-veterinário com a mesa de sua casa

Hoje, são mais de 215 mil profissionais e sem esse contingente o Brasil não teria o mesmo protagonismo no agronegócio

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 12:46

Agronegócio nordestino
Agronegócio nordestino Crédito: Divulgação I Seagri

Ao acordar, talvez você não perceba, mas já há um médico-veterinário presente na sua rotina. Há quem associe a profissão apenas ao cuidado com cães e gatos, mas a atuação vai muito além dos pets. O trabalho dele está no leite e na manteiga do café da manhã, no churrasco do fim de semana. Antes de esses alimentos chegarem à mesa, o profissional já esteve no campo, cuidando dos rebanhos; na indústria, inspecionando a produção; e nas políticas públicas, garantindo segurança alimentar.

Essa presença é a face mais visível de uma profissão com grande responsabilidade. Ao menos 60% das doenças infecciosas que atingem humanos são zoonoses. Prevenir doenças é essencial ao médico-veterinário. É assim no enfrentamento da gripe aviária, no combate à raiva e à leishmaniose, na inspeção de alimentos que reduz riscos de salmonela e outras bactérias. Foi assim na pandemia, quando contribuímos para vacinas e vigilância sanitária.

Graças a esse esforço, o Brasil conquistou o status de país livre de febre aftosa sem vacinação, marco que fortalece a agropecuária e sustenta a balança comercial. Somos hoje mais de 215 mil médicos-veterinários em atuação. Sem esse contingente, o Brasil não teria o mesmo protagonismo no agronegócio, responsável por cerca de 24% do PIB, segundo a CNA e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Nossa presença vai além do campo e da indústria. Estamos nas cidades, ao lado de responsáveis por pets; nas universidades, formando novas gerações; em laboratórios, pesquisando vacinas; em órgãos públicos, elaborando políticas de saúde; e nas crises. Quando enchentes devastaram o Rio Grande do Sul ou incêndios atingiram o Pantanal, médicos-veterinários resgataram milhares de animais.

Esse mosaico reflete o conceito de Saúde Única. As saúdes humana, animal e ambiental não podem ser separadas. Cada ação no rebanho, cada inspeção no frigorífico, cada atendimento a um pet e cada pesquisa num laboratório contribuem para esse equilíbrio.

Mas para que tudo isso continue, é preciso qualidade na formação. A Medicina Veterinária é uma área da saúde, e saúde não se aprende por plataforma digital. Exige prática, vivência em campo e contato direto com animais e pessoas. Por isso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária defende o ensino 100% presencial. Permitir o semipresencial é comprometer o futuro da profissão e colocar vidas em risco.

O médico-veterinário é, portanto, um profissional presente em todos os momentos. Neste 9 de setembro, Dia do Médico-Veterinário, celebramos não apenas uma profissão, mas uma presença indispensável em nossas vidas. Onde há saúde, alimento e esperança, há sempre um médico-veterinário. Porque cuidar da vida é nunca deixar de estar presente.

Ana Elisa Almeida é presidente do CFMV