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Esther Morais
Publicado em 9 de setembro de 2025 às 12:23
Um adolescente de 13 anos foi agredido com socos, chutes e puxões de cabelo dentro da escola particular Asas, em Feira de Santana, a cerca de 130 km de Salvador, na última quinta-feira (4). O jovem, que terá a identidade preservada, aparece em um vídeo ajoelhado no chão do ginásio enquanto outro estudante desfere socos em sua nuca.>
Segundo a mãe da vítima, o estudante sofre bullying desde o início do ano, quando começou a estudar na instituição. A situação já havia sido comunicada a professores e à coordenação, mas, de acordo com os pais, as respostas eram de que “se tratava de coisa de adolescente” e que medidas educativas estavam sendo aplicadas.>
A agressão ocorreu enquanto os alunos jogavam handebol. A vítima teria caído de joelhos após um soco, ficado com a visão turva e sido arrastada pelo casaco e pelos cabelos. Ainda segundo a mãe, mesmo após a violência, o adolescente não recebeu amparo adequado da escola. Ele chegou a correr para a coordenação para ligar para os pais e foi repreendido por pegar o celular.>
A mãe conta que a escola entrou em contato e informou que o estudante havia se envolvido em uma briga, sem gravidade, e orientou que fosse buscado no horário normal de saída. No entanto, ao chegar, encontrou o menino com o rosto inchado. Em casa, ele relatou dores de cabeça, enjoo e passou a tarde dormindo. >
Os responsáveis procuraram atendimento médico, onde o adolescente foi medicado e ficou em observação. O caso foi registrado na Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) e o estudante passou por exame de corpo de delito. Nesta terça-feira (9), ele não compareceu à escola por medo de reencontrar o agressor, que teria retornado às aulas.>
"Meu filho está com medo de ir e ser agredido de novo. Eu estou indignada, não consigo dormir tem três dias. Estou vivendo à base de cha e medo. Meu filho perdeu peso. Preciso de justiça, da expulsão do aluno, que a escola se prontifique, mas a escola não faz nada", reclama. >
A reportagem tentou contato com o Colégio Asas por telefone e mensagens para ter um posicionamento sobre o caso e as medidas que foram tomadas, mas não obteve retorno. Em comentário publicado nas redes sociais, uma funcionária afirmou que a escola “promove ações contínuas de conscientização em combate à violência, visando à prevenção de situações inadmissíveis como essa, além de ter realizado todos os encaminhamentos emergenciais”.>
"É inaceitável que uma instituição escolar que cumpriu com todos os procedimentos legais seja exposta e responsabilizada pelas ações de adolescentes nos quais não sabemos o contexto e orientação externa que recebem”, acrescenta. O espaço segue aberto para posicionamento. >