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Há 15 anos, realizei um antigo sonho de conhecer e estudar  em Londres, onde encontrei com Gilberto Gil fazendo show na cidade

A princípio, ia estudar em Vancouver, no Canadá, mas a fria e cinzenta Londres me seduziu

  • Foto do(a) author(a) Osmar Marrom Martins
  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 28 de junho de 2025 às 11:00

Marrom atravessaando
Atravessando a faixa de pedestre mais famosa do mundo, em Abbey Road Crédito: Acervo pessoal

No próximo dia 2 de julho, faz 15 anos que eu desembarquei em Londres para estudar inglês. Logo na chegada, no aeroporto de Heathrow, o comandante deu a notícia de que o Brasil tinha perdido para a Holanda de 2x1 e estava eliminado da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul. Enquanto isso, em Salvador, os baianos comemoravam a festa da Independência. Assim começava minha jornada em solo britânico.

Na verdade, a minha ida à capital da Inglaterra foi uma conspiração do Universo. Eu tinha me formado no ACBEU e ia estudar em Vancouver, no Canadá. Estava tudo certo, escola e hospedagem. Mais eis que um grande amigo que estava em Londres desde janeiro, conversando pelo Orkut, me mandou essa: por que você não vem para Londres?. Eu fui em pleno verão europeu e a estadia no Reino Unido era três vezes mais cara do que na América do Norte.

Porém, inconscientemente, eu queria mesmo ir para a Inglaterra. Afinal, os meus ídolos na música eram de lá: Beatles, Rolling Stones, The Who, Pink Floyd, Yes, Eric Clapton, David Bowie, entre outros. Também lá, meus ídolos brasileiros Caetano Veloso e Gilberto Gil haviam sido exilados, nos anos 1970. E mais: amigas como Leticia Muhana, Bebete Martins e as irmãs Claudia e Isabela foram estudar no país.

Com a mudança de plano, fui recomendado pelo responsável no Brasil pelo contato com a Escola em Londres, que eu levasse vários documentos além dos obrigatórios como passaporte, passagem de ida e volta, endereço onde me hospedaria. Além da escritura do meu apartamento, saldo na conta corrente, cartão de crédito e uma quantia em espécie de 800 libras. Na época equivalia a R$ 3,2 mil. Sem falar no atestado do CORREIO que eu tinha emprego fixo e estava de férias para fazer o curso. Era uma pasta cheia de documentos.

Quando fui passar pela imigração, estava na maior expectativa. Até que o funcionário do guichê, um italiano, fez a pergunta clássica: Where are you from (de onde você é)? Eu respondi: Brasil. O rapaz deu um sorriso e bradou: Ronaldinho, Romário. E nem olhou a papelada. Eu entrei no clima e cantei um clássico italiano Dio come ti amo. E todos rimos. Estava liberado.

Marrom e Gil em Londres
Marrom e Gil em Londres Crédito: Acervo pessoal

Todo feliz, fui morar num apartamento em Wimbledon, uma das zonas mais nobres de Londres. Eu era o mais velho. Depois de uma semana, os jovens que dividiam o apartamento revelaram que o responsável pelo aluguel avisou que eles se comportassem porque iria chegar um senhor. Resumo da ópera: eu era o mais festeiro. Resenha não faltava quando a gente voltava da escola.

Nas horas vagas, fui conhecer a cidade. Fui no Hyde Park, onde aconteceram shows históricos de grandes nomes do rock; Piccadilly Circus, uma espécie de Times Square de New York; o bairro do Soho, Notthing Hill e, claro o icônico estúdio dos Beatles, Abbey Road, com direito a reproduzir aquela clássica foto na capa do disco homônimo do quarteto formado por John Lennon, George Harrison (ambos já em outro plano espiritual), Paul McCartney e Ringo Star, quando eles atravessam a faixa branca. Só que eles saíam do estúdio e atravessavam para o outro lado da rua. Eu fiz ao contrário.

Mas o melhor estava por vir. Soube que Gilberto Gil ia se apresentar na cidade com o show ‘Fé na Festa’, com um repertório junino. Ainda incrédulo, liguei para Gilda Matoso, sua assessora, e perguntei se procedia tal informação. Não só procedia como ela estava na cidade. E ainda disponibilizou dois tickets para mim e meu amigo. Como se tivesse realizando um sonho improvável, fui assistir ao show todo feliz.

Depois fui ao camarim falar com Seo Gilberto. Ao me ver, ele brincou: o que você está fazendo aqui em Londres, Seo Marrom? Eu respondi: Vim lhe ver. Também estava no camarim o produtor e empresário Daniel Rodriguez, que durante anos cuidou da agenda do artista. Pensa que acabou?

Também encontrei a rapaziada da banda baiana Vivendo do Ócio, que foi participar do Brazilian Day em Londres, apresentado por Serginho Groisman e organizado pela Globo, representada pelos executivos André Dias e Amauri Soares.