Chandon Brasil lança segundo espumante sustentável

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  • Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2022 às 16:00

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O denso nevoeiro que se esgueira pelas coxilhas da Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul, também conhecida localmente como Serra das Encantadas, inspirou a Chandon Brasil na criação do mais novo produto do seu catálogo. 

Chandon Névoa das Encantadas é um espumante 100% Chardonnay de baixa intervenção, que nasce de uma única parcela de vinhedos sustentáveis em Encruzilhada do Sul (RS), a 171 km de Porto Alegre (RS); e que reúne diversos métodos de elaboração. Custando R$ 160, será distribuído no e-commerce da marca e em casas especializadas a partir de 15 de outubro.  

Uma nova categoria de espumante

De acordo com o diretor de produção e enólogo-chefe da empresa, Philippe Mével, Névoa não se encaixa em uma categoria específica, como os espumantes elaborados pelos métodos Ancestral, Charmat, Tradicional ou Asti. “É um assemblage (mistura) de métodos”, tentou definir o profissional.

Após a colheita, os cachos de Chardonnay partem em caminhão refrigerado para a adega em Garibaldi (RS), na Serra Gaúcha. Após a prensagem da uva e decantação do mosto (sumo da uva) por 24h, o líquido inicia sua única fermentação em tanque aberto, o qual só é fechado após quase um mês, ao final da ação das leveduras, a fim de garantir o perlage (borbulhas). 

Nele são usadas leveduras francesas selecionadas e não há adição de SO2, também conhecido como anidrido sulfuroso ou sulfito, que tem função antioxidante, antimicrobiana e conservatória no vinho. 

Com a finalização do processo fermentativo, o produto segue por cerca de quatro meses no tanque, ganhando complexidade; e é engarrafado sem filtragem. O resultado é uma bebida cheia de personalidade: turva, com aromas que remetem a abacaxi, nuances lácteas e de panificação; e uma boca que repete o nariz, mas bastante cremosa e encorpada. 

Apesar da estrutura no paladar, a novidade da Chandon é bastante delicada e suscetível à luz e ao calor; devendo ser armazenada com cuidado, consumida em até um ano e, preferencialmente, servida sem decantar. Com apenas 2800 garrafas produzidas, sem dúvidas será uma queridinha dos enófilos que gostam de boas histórias e bebidas mais complexas. Névoa das Encantadas é turvo, pois é engarrafado sem filttragem, e traz aromas de abacaxi e panificação  Sustentabilidade no campo e na adega

Névoa das Encantadas é o segundo produto da linha Roots, inaugurada com o saboroso Chandon Blanc de Noir e que agrega produtos provenientes dos vinhedos próprios da empresa em Encruzilhada do Sul (RS). São pelo menos 120 hectares que, desde 2020, vêm recebendo a certificação sustentável PIUP — Produção Integrada de Uva para Processamento, concedida pela Embrapa.

Entre as iniciativas ecologicamente corretas estão a proteção do solo, com a manutenção da cobertura vegetal e a erradicação do uso de herbicidas. “Temos mais de 30 espécies de plantas e leguminosas no solo do vinhedo, o que melhora sua saúde e drenagem”, conta o gerente de viticultura, Eugenio Barbieri. Além disso, a adubação é prioritariamente feita com resíduos de vinificação e houve uma redução de 50% na aplicação de defensivos químicos.

As ações de preservação ambiental se estendem, ainda, à manutenção de projetos de apoio à biodiversidade, inclusive com implantação de butiazais em parceria com a Embrapa e a Secretaria do Meio Ambiente do RS. E na adega, dão-se através do tratamento de resíduos líquidos e sólidos; da escolha de garrafas elaboradas com 70% de vidro reciclado e mais leves; além da adoção da energia solar e outras ações. 

De acordo com a diretora geral da Moët Hennessy Brasil, Catherine Petit, a Chandon Brasil tem o melhor índice de sustentabilidade em comparação com Argentina, Califórnia, Austrália, China e Índia. Espera-se, agora, que essas ações sejam ampliadas entre os viticultores parceiros e fornecedores em Garibaldi e Encruzilhada do Sul, responsáveis por 70% dos vinhedos utilizados pela empresa na elaboração de seus produtos.

Sustentável, orgânico, biodinâmico e vegano no Brasil

Ter uma produção sustentável de vinho engloba o consumo consciente de recursos naturais (água e energia), controle natural de pragas, descarte correto de resíduos, além de adoção de práticas que visem ao bem estar social e econômico dos profissionais. Além de Chandon, vinícolas como Ravanello, em Gramado (RS), também receberam a certificação PIUP para seus tintos. 

Orgânicos, por sua vez, são todos os vinhos cuja produção, no campo, é livre de fertilizantes e pesticidas químicos, organismos geneticamente modificados e outros aditivos sintéticos. A brasileira Bianchetti, localizada em Santa Maria da Boa Vista (PE), possui certificado de produto orgânico emitido pelo Instituto de Biodinâmica (IBD).

Vinhos biodinâmicos são orgânicos e elaborados segundo uma filosofia desenvolvida pelo austríaco Rudolf Steiner; que, entre outras regras, considera o calendário lunar para manejo das plantas e do solo; além de técnicas mais artesanais. A Vinha Unna faz vinhos biodinâmicos com certificação pela Demeter. 

E os veganos são todos aqueles que não passaram por nenhum tratamento com insumos de origem animal (como a proteína do ovo ou do leite, utilizadas na clarificação). Vinhos kosher e os que não foram filtrados também são, automaticamente, veganos. Todos os vinhos da Miolo têm certificação vegana emitida pela The Vegan Society.

A jornalista Paula Theotonio viajou à Chandon a convite da empresa.