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Paulo Leandro
Publicado em 2 de março de 2022 às 05:09
- Atualizado há 2 anos
“Ouô-uô-gente estúpida... Tu, pessoa nefasta...” (Gêu) “Bichos escrotos, saiam dos esgotos...” (Titãs)>
A escalada de maldades de gente com aparência de certinha e boazinha vai desde a erradicação de árvores saudáveis (covardia), passando pela perseguição aos inofensivos gatos de rua na crueldade de impedir-lhes a alimentação ou soltando cães ferozes na madrugada.>
Eleva-se o grau de estupidez da tal espécie “humana” no atentado a bomba contra o ônibus de um clube de futebol, transportando jogadores ao estádio até esgotar o máximo da insanidade na Ucrânia com os senhores da guerra, nosso “esporte” favorito desde hordas mais primitivas.>
Para defesa do meio ambiente e animais não-humanos, temos boas leis, capazes de enquadrar a perversão em cinco anos de cadeia, enquanto o atentado ao Bahia pode ter tido a intencionalidade de praticar um homicídio, dadas as circunstâncias.>
Nesta sequência, a guerra representaria o ápice da capacidade humana em produzir dor e sofrimento, mortes por dilaceração, seguindo a mesma sordidez e torpeza de caráter daqueles incomodados com a beleza da fauna e a generosidade da flora.>
Do Ministério Público, a cidadania saudável espera toda atenção, ao informar-se da materialidade das infrações, não só nos casos de árvores e gatos, mas também da apuração a cargo da delegacia de Brotas, ao verificar como foi urdido o plano do ataque ao buzão.>
Chama a atenção o fato de um dos veículos utilizados na emboscada pertencer ao presidente da torcida organizada, embora na versão apresentada pelo advogado, estivesse em Feira de Santana no momento do distúrbio.>
Como um artefato explosivo não tem a capacidade de atirar-se a si mesmo, pois não se trata de um ente capaz de deliberação, resta formar crença na ousadia de um ou mais sujeitos, como se vê nas imagens distribuídas a partir da câmera de uma firma comercial.>
Teria sido excesso de confiança os donos dos dois veículos envolvidos na trama terem deixado as chaves, talvez penduradas em algum porta-treco pendurado na parede? Ou quem sabe, os terroristas traquinos deram o bote, assim que a liderança deixou a sede da torcida?>
Não há dúvida esperar-se do comportamento do chefe todo interesse em colaborar para elucidar o crime, pois da sua solução depende a sensação de resistência do Estado Democrático de Direito ao crescimento das milícias supostamente semeadas em alinhamento ao nazifascismo em ascensão.>
O cidadão medianamente informado e em condições cognitivas plenas pode ficar perplexo, diante de um contexto tal de evidências, considerando a organização curiosamente chamada “Bamor” ter adentrado a Cidade Tricolor recentemente para manifestar sua ira.>
A perseverar a impunidade, mantido o dano ao Bahia, sem nenhum acusado ou sequer preso provisório, ou mesmo a quebra de sigilo das comunicações, resta levar em alta conta a hipótese de ter evoluído a organização para o formato de milícia do futebol, inaceitável para os padrões civilizatórios.>
Por outro viés, a continuar a campanha difamatória e de carga pesada contra o presidente eleito Guilherme Bellintani, teria o jovem cartola de pensar seriamente em andar protegido por escolta e segurança pessoal, pois as instituições da república já estariam em situação falimentar.>
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.>