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Sergipe é o campeão do Brasil 2023

  • Foto do(a) author(a) Paulo Leandro
  • Paulo Leandro

Publicado em 8 de março de 2023 às 05:11

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Vamos anexar o texto da coluna de hoje ao inquérito policial de Sergipe x Botafogo, apresentando ao doutor delegado a materialidade do dolo. 

Verifica-se o “dólo” na investigação de clubecídio e nordestinofobia, pois além da autoria, seria acrescentada a intenção de matar. Eu dizia “dôlo” (errado, com O fechado) até um juiz digno da magistratura, Anderson Bastos, me corrigir. (Isso foi quando servi ao Poder Judiciário. Aprendi com magistrados desta magnitude como é bom ser honesto, em vez de aderir...).

Vamos à prova do ilícito: oito minutos de acréscimos, mais um. Somando, dá 54 minutos. O gol saiu aos 54... e 38 segundos! E tantos seriam concedidos até sair o empate! Estão provados, na precisão inexcedível de Cronos, o roubo e o dolo.

Faltam vergonha aos cúmplices tagarelas, na gaveta dos maus, e competência ao suposto ladrão, para furtarem na manha, pois se continuarem escancarando, pode sujar para investidores, intermediários e afins multimídia.

Não soube roubar o danado lalau, ao contrário da fábula de Nelson Rodrigues, na qual o soprador é tão ético, mas tão ético, a ponto de deixar-se subornar pelos dois times, pulando cercas ao final do jogo, escorraçado por todos.

Vamos ao debate moral: qual time saiu apequenado, aquele superdotado de mimos ou o Sergipe fiel à dignidade do desporto?

Vai depender do caráter da pessoa. Se vale passar o rodo, não importa como, pois o mocinho seria o “carióóca”, tudo bem. Mas se prevalece a honradez dos cangaceiros de muito menor remuneração e condições de trabalho, eliminados à traição, como na Angico de 1938, nosso Sergipe meteu foi de goleada.

Privilegiada por tudo, do mercado ao apito, a Estrela já não se diz Solitária: era seu dever golear por uns 10 ou talvez 20x0, em vez de afogar-se no Rio dos Siris (si-ri-u-pe, em tupinambá).

Davi acertou a funda na testa do gigante, ao enfiar-lhe a peixeira afiada de Zé Sereno Potiguar. Mas na “vida como ela é...” (Nelson Rodrigues) foi Golias quem levou a rapadura.

Um Golias incapaz de se garantir, frouxo, recorreu a sua laia de coiteiros, virou um flamengo. Desde o menor sirizinho ao governador, Sergipe tem raça pra escarreirar esta malta. Sorte dos cabra foi Lampião, Cacheado, Volta Seca e Meia Noite não terem ido ao Batistão.

Há entre os ‘sulistas’ exceções dignas do mocofato, mas os biltres pululam: no fundo ladeles, desejam é oferecer o fio-fó ao bando – e a doação seria lícita, diga-se. Morrem de inveja do forró, do baião, do xote e do xaxado (tem diferença).

Sergipe tem cada caranguejão massa, habitado por gente habituada, não a práticas maliciosas, mas à saudável “pontaria”, na cama ou na caatinga.

O embate revela o Brasil como ele é, as vantagens ficam lá por baixo: desde a Coroa, nos rebelamos (conheça a história!) e lutamos por justiça, por isso somos tratados desse jeito.

Temos aqui, neste Boletim de Ocorrência, a chapa do raio-x deste país em metástase. Pois esta coluna proclama o Sergipe CAMPEÃO DO BRASIL. Prezado presidente, fineza providenciar a entrega das faixas.

Vamos “Dadá” ao goleiro Dida Corisco a “Maria Bunita” Taça Virgulino Ferreira, e eternizar, em letra de mármore de carrara, esta frase: “Você é uma vergonha, CBF, UMA VERGONHA!”

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.