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A bolsa mamata de Jerônimo, a grosseria do governador e a censura na Cultura do Estado

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 05:00

Gastos com diárias disparam no governo Jerônimo e atingem R$ 300 milhões
Gastos com diárias disparam no governo Jerônimo e atingem R$ 300 milhões Crédito: Amanda Ercília/GOVBA

Os gastos com diárias no governo do estado explodiram durante a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT) e já superam a casa dos R$ 300 milhões em menos de três anos de administração. De acordo com dados do próprio governo, o valor pago em diárias chegou a R$ 303,87 milhões, número que é mais de 40% superior aos quatro anos da segunda gestão de Rui Costa (PT), cujo volume foi de R$ 215,78 milhões, quantidade já considerada elevada. Somente para se ter uma ideia, com este montante gasto pelo governo Jerônimo seria possível construir ao menos dez escolas de grande porte ou até mesmo três grandes hospitais. Em 2023 e 2024, o volume gasto superou a casa dos R$ 100 milhões cada e, em 2025, a quantia já passa dos R$ 86 milhões. Ou seja: uma verdadeira farra das diárias.

Gastança sem fim

E não para por aí. As viagens de Jerônimo estão custando caro ao bolso dos baianos. O levantamento realizado pela coluna aponta ainda que os gastos do gabinete do governador com diárias também explodiu e chegou a, pasmem, R$ 3,17 milhões em menos de três anos de governo. O valor já é 72% maior do que todo o segundo governo de Rui, quando a quantia já foi milionária - R$ 1,84 milhões. O mais curioso disso tudo é que, nos últimos dias, petistas começaram a soltar notas para a imprensa em tom moralistas. Agora, veremos se os mesmos políticos irão se manifestar sobre a gastança desenfreada de Jerônimo.

G de grosseria

A máscara de simpatia do governador Jerônimo Rodrigues já começou a cair dentro do próprio governo e de sua base política. Segundo relatos feitos à coluna, Jerônimo tem andado mais irritado do que o normal e dado esporro em seus liderados. As reuniões, conforme fontes governistas, têm sido cada vez mais tensas e com grosserias de Jerônimo para todo lado. O comportamento do governador tem provocado, por um lado, irritação de seus assessores, que andam se queixando das patadas. Por outro lado, tem causado estranhamento entre seus aliados políticos, que atribuem a postura aos índices de rejeição do petista.

Bola fora

Vem dando o que falar um documento do Planserv proibindo sua rede credenciada de realizar exames em domicílio. A medida orienta que os prestadores credenciados somente façam atendimentos nas dependências dos respectivos estabelecimentos devidamente credenciados. Contudo, a nova determinação vai de encontro a uma instrução normativa do próprio governo do estado que não apenas regulamenta esse tipo de serviço em domicílio como, também, prevê que os usuários não devem ter custo adicional em caso de atendimento em casa. Fontes do governo consideram que foi mais uma bola fora da atual gestão do plano dos servidores estaduais.

Censura…

Um critério incluído em editais da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA) causou não só polêmica, mas uma verdadeira indignação entre artistas e produtores culturais do Estado. A pasta passou a exigir que os projetos tenham “harmonia com a política estadual de cultura”. Na prática, esse item dá margem para que o governo decida, com base em critérios subjetivos, o que seria “adequado” ou “alinhado” à sua visão de cultura. Em razão disso, alguns projetos consagrados são desaprovados porque recebem notas baixas no filtro estabelecido pelo Estado e ficam aquém da média necessária.

…ao gosto do freguês

O problema é que a cultura não combina com filtro ideológico. Quando o Estado impõe parâmetros políticos para liberar recursos públicos, abre-se espaço para favorecimentos, censura indireta e o silenciamento de vozes críticas. O caso alargou ainda mais o abismo entre a classe artística baiana e o secretário gaúcho Bruno Monteiro, cuja pecha de “alienígena” parece a cada dia fazer mais sentido.

* Resposta da Funceb:

A Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidade vinculada à Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (SecultBA), informa que seus editais seguem normativas legais orientadas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), e respeitam os princípios da Lei Orgânica da Cultura (12.365/11) e do Plano Estadual de Cultura (13.193/2014). O quesito “harmonia com a política estadual de cultura”, que consta nos critérios de seleção do Edital Circula Cena, está presente nos certames do Fundo de Cultura do Estado da Bahia e garante que sejam pontuados projetos que valorizam aspectos como diversidade étnica, de gênero e orientação sexual, acessibilidade e democratização de acesso. Esses e outros critérios são avaliados por banca especializada, previamente divulgada através do Diário Oficial do Estado, sendo oferecido a todos os proponentes prazos para contestações. A SecultBA e a FUNCEB reafirmam seu compromisso no fomento à diversidade cultural da Bahia, sempre com respeito a legislação e dentro de parâmetros que garantam a democratização, territorialização e preservação da identidade cultural do estado.

Articulação bipolar

Em Feira de Santana, o PT ainda não decidiu se quer abraçar ou atacar o prefeito José Ronaldo (União Brasil). Enquanto o governador Jerônimo Rodrigues ensaia uma aproximação sonhando ter o apoio do gestor em 2026, outra ala do partido parece empenhada em sabotar qualquer tentativa de diálogo. Nesta semana, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) mobilizou uma tropa para uma audiência pública na Assembleia Legislativa e soltou a artilharia contra Zé Ronaldo e o seu vice-prefeito e secretário de Educação, Pablo Roberto (PSDB) - nome cotado para disputar uma vaga na Câmara Federal. O movimento expôs a disputa interna e o medo de que Pablo avance sobre o eleitorado do deputado Zé Neto (PT), principal aliado de Robinson. No fim, o PT segue dividido entre o pragmatismo eleitoral e a velha necessidade de encontrar um inimigo para chamar de seu.

Humor

O humor do governador Jerônimo Rodrigues ficou bastante alterado nos últimos dias quando voltaram a circular nos corredores do governo e do PT os rumores de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não descartou por completo a ideia de voltar a disputar o governo da Bahia em 2026. O movimento, dizem, preservaria as vagas de Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), atuais senadores que querem tentar reeleição, enquanto Jerônimo cumpriria o mandato até o fim - sendo “compensado” depois. Por ora, tudo é especulação, mas há quem admita que a ideia pode ganhar força se esse for o preço para evitar uma ruptura com o PSD.

Respira, Fabíola

A deputada Fabíola Mansur (PSB) passou a fazer uma defesa inflamada do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em meio às novas revelações sobre o escândalo dos respiradores. Sem apresentar um argumento que contrariasse o que as investigações já apontaram, a socialista falou com tanto fôlego que um parlamentar não perdeu o trocadilho e cochichou no plenário: “Respira, Fabíola, respira!”. Dizem que por trás de tanta defesa está a preocupação dela com o seu futuro político eleitoral, já que ela deverá deixar a suplência com o retorno de Ângelo Almeida, titular da cadeira e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, que deve se desincompatibilizar para disputar a reeleição.

Indireta direta

A publicação do senador Jaques Wagner afirmando que é “candidatíssimo” à reeleição provocou burburinhos nos bastidores da política baiana. A tese maior é que o post em rede social foi um recado ao ministro Rui Costa, que, segundo integrantes da base, estaria trabalhando contra a candidatura do aliado para ficar com a vaga na chapa.

Tempo ao tempo

Enquanto setores da imprensa muito ligados a Jerônimo celebram o que chamam de “debandadas de prefeitos” do grupo de ACM Neto, a coluna recebeu essa semana informações de diversos gestores municipais que, hoje, integram a base governista, mas já avisaram que, no ano que vem, vão marchar com o time do ex-prefeito de Salvador. E olhem que têm nomes que vão surpreender muita gente...