A substituta que vai deixar saudades, a fila de desafetos de Rui e a salva de balas para Geraldo Jr.

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  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 17 de maio de 2024 às 05:00

Presidente do TJ-BA assumiu governo após Jerônimo viajar para fora do Brasil
Presidente do TJ-BA assumiu governo após Jerônimo viajar para fora do Brasil Crédito: Divulgação/TJ-BA

Chama ela

Nos bastidores da política baiana, há quem diga que a desembargadora Cynthia Resende, presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e governadora em exercício, já fez mais pelo Estado em uma semana do que o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que está em mais uma viagem internacional. A piada surgiu após Cynthia anunciar o lançamento do voo direto entre Salvador e Paris nesta semana. “Se ela ficar até o final do ano, resolve metade dos problemas dele (Jerônimo)”, disse um deputado federal, às gargalhadas.

Mais um pra fila

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ganhou mais um inimigo declarado e segue colecionando desafetos em Brasília. Desta vez foi o agora ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates, demitido pelo presidente Lula (PT) após meses de fritura por parte especialmente de Rui. Na despedida da estatal, Prates acusou o ex-governador baiano de “regozijo” com sua saída. O político baiano, vale recordar, já acumula atritos com outros colegas de governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ex-ministro Flávio Dino, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Até daria para pedir música no Fantástico, mas a lista de desafetos já passou de três há tempos…

Uma salva de tiros

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) foi recebido ontem com uma salva de tiros na chegada à Assembleia Legislativa. Mas foram tiros da vida real, de uma tentativa de assalto à luz do dia ao lado do Legislativo, onde ocorreria uma homenagem ao presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Geraldo tentou ignorar o episódio e chegou a dizer que era dia de festa, tentando fazer seu convidado de honra não ficar assustado. Mas já era tarde porque o cartão de visitas já havia sido dado.

Hoje não

No plenário, Geraldo submeteu a plateia que foi aplaudir o cacique emedebista a um discurso enfadonho, com rasos apelos eleitorais, misturando as tradicionais gentilezas a uma série de temas que são estranhos à sua biografia política. O freio veio discretamente no discurso de Baleia Rossi, que preferiu registrar agradecimentos e exaltar a história da Bahia. “Hoje não é dia de falar de eleição”.

Recuo tático

Vejam essa: a equipe de campanha do vice-governador Geraldo Jr. ensaiou fazer uma crítica à notícia de que a prefeitura de Salvador alcançou nota máxima de gestão fiscal no Brasil, mas teve que fazer um recuo tático. O reconhecimento veio do Tesouro Nacional, validado pela equipe técnica do Governo Lula. Em termos práticos, o Governo Lula disse que Salvador está no caminho certo.

Não vire à esquerda

Essa vem direto da série “proezas do governo Jerônimo”. O Estado pagou R$ 320 mil a uma empresa para fazer a divulgação sobre a sinalização de trânsito durante a micareta de Feira de Santana. Isso mesmo. A pérola foi publicada no Diário Oficial quase um mês depois da festa, seguindo o estilo de gambiarra administrativa e de “transparência” que viraram marcas dos governos do PT: primeiro a gente gasta, depois a gente publica.

Caça às bruxas

Auxiliares do governador fizeram uma espécie de caça às bruxas contra um grupo de governistas que se recusou a dar quórum na votação do 'Bahia pela Paz', mesmo estando nas dependências da Assembleia. Os parlamentares cobram a liberação de emendas e o cumprimento de compromissos firmados com seus prefeitos no interior. “O governador é pura simpatia, mas não resolve nada”, disse reservadamente um dos rebeldes. Depois de muito puxa e estica, o grupo resolveu dar um “voto de confiança” ao governo, e segue sem os pedidos atendidos.

Tudo em paz

A ironia da semana é que o 'Bahia pela Paz' foi aprovado com o voto de Binho Galinha, aliado de Jerônimo que é investigado por chefiar um grupo miliciano.

Exército

Integrantes do grupo da pré-candidata a prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União Brasil), avaliam que, diferente de outras eleições contra o time da prefeita Moema Gramacho (PT), agora em 2024 haverá um grande exército da oposição na rua. Isso porque ela já conta com o apoio de seis partidos, com possibilidade de uma sétima legenda se juntar à coligação. Com isso, teria praticamente o mesmo número de candidatos a vereador do que o candidato de Moema, Antonio Rosalvo (PT).

PlanSUS

Causou revolta entre servidores públicos estaduais a declaração da coordenadora do Planserv, Socorro Brito, numa emissora de Feira de Santana, de que o principal plano de saúde do funcionalismo no estado é, na verdade, segundo ela, uma linha suplementar ao Sistema Único de Saúde, o SUS. “Vocês descontam do meu salário e agora vêm falar em SUS?”, bradou um servidor em uma das publicações que viralizou nas redes.

Recuperação

Aliados do prefeito de Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino (PSDB), estão animados com a eleição deste ano. Dizem que o político tucano tem tido boa recuperação de imagem e apostam no grande volume de obras e na organização das contas para garantir a reeleição no município do Recôncavo baiano.

Divergência sem divisão

Lideranças do União Brasil já avisaram que os fechamentos de questão vão continuar nos temas mais relevantes para a oposição no Estado. Nesta semana, a bancada estadual se reuniu com a executiva do partido e, por unanimidade, decidiu fechar questão contra o mais recente empréstimo solicitado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Caciques da legenda, contudo, ponderam que o posicionamento não deve ser encarado como divisão interna ou divergência de projetos futuros entre os maiores líderes da sigla na Bahia. A pessoas próximas, o vice-presidente nacional do partido, ACM Neto, já reafirmou nesta semana que dará total apoio a Elmar Nascimento na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.