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Pombo Correio
Publicado em 9 de maio de 2025 às 05:00
Verborragia do ódio >
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) causou horror, perplexidade e repulsa no mundo político de todo o país, nesta semana, após dizer que adversários deveriam ir "para a vala". Que o cacique petista é verborrágico todo mundo já sabia, mas dessa vez Jerônimo passou do ponto ao pregar ódio e violência política. Ele até tentou amenizar a situação pedindo desculpas, alegando ser religioso e dizendo que a fala foi tirada de contexto. Não colou nem abrandou as críticas. O governador é alvo de pedido de impeachment e de diversas representações no Ministério Público estadual e federal e tem sofrido forte desgaste por conta da declaração. Mas, independentemente do resultado destas ações no âmbito político e judicial, Jerônimo já foi condenado no tribunal mais usado pela própria esquerda para julgamento público: o das redes sociais, que, em alguns casos, pode até passar pano, mas não absolve nem deixa cair no esquecimento quem faz discurso de ódio.>
Barbárie>
Faz uma semana que o senador Jaques Wagner (PT) chamou de “infeliz” a comparação feita por Angelo Coronel (PSD) entre o estilo do PT e o nazismo, em meio às movimentações para 2026. Mas eis que o governador Jerônimo Rodrigues entra em cena e reforça a tese, ao declarar que os eleitores de Bolsonaro deveriam ser “jogados numa vala”. Difícil defender o discurso democrático quando a retórica escorrega para a barbárie.>
Quem cava…>
“Com essa declaração, Jerônimo cavou a própria vala”, disse um observador da política, pedindo licença para o trocadilho de piada pronta. Fato é que a repercussão incomodou profundamente a cúpula que dá sustentação ao governo. Se há algo que a história ensina é que quem brinca com palavras que sugerem morte política, às vezes termina enterrando a si mesmo nas urnas. O silêncio constrangido dos aliados em meio a uma repercussão nacional desastrosa indica que até 2026 o governador deve enfrentar internamente uma crise ainda mais profunda.>
Barbas de molho>
Publicamente, políticos que integram a oposição não pouparam críticas a Jerônimo, enquanto os aliados do governador mantiveram posições nos bastidores. Alguns dizem que o petista tem abusado de falas infelizes, que não apenas trazem desgaste agora, mas deixam registros para serem usados no futuro. “Produz prova contra ele mesmo”, disse um deputado da base. Outro, em tom jocoso, lembrou que o governador tem abusado da quantidade de falas infelizes: “Tem uma pra cada dia do ano. Prato cheio para a oposição”. Já um influente parlamentar, com trânsito no Palácio de Ondina, finalizou: “Jerônimo virou um grande opositor do próprio governo dele”.>
Esquecimento seletivo>
A ex-prefeita de Lauro de Freitas Moema Gramacho (PT) parece ter voltado a sofrer de amnésia seletiva nesta semana após as fortes chuvas que atingiram o município e, inevitavelmente, trouxeram transtornos para a população. O problema é que Moema e seus aliados mais próximos tentaram, a todo custo, botar a situação na conta da prefeita Débora Regis (União Brasil). Contudo, a petista esqueceu de dizer que o grupo dela governou a cidade por 20 anos, sendo a própria Moema prefeita por 16 anos, e não resolveu os problemas de alagamentos. Moema novamente brinca com a memória do povo de Lauro de Freitas e parece querer que as pessoas esqueçam que ela foi prefeita por tanto tempo e deixou a cidade com problemas graves.>
Conivência>
Beira o inacreditável que, mesmo após toda a exposição pública, a situação das invasões de terra no extremo sul da Bahia não tenham uma solução dada pelo governo Jerônimo. O caso tem se agravado, com mais invasões acontecendo com a aparente conivência da cúpula do governo do PT. A situação tem causado grande preocupação, especialmente, a produtores de café, que tiveram fazendas invadidas e, neste momento de colheita, estão vendo os próprios invasores roubarem a safra, tudo à luz do dia e aos olhos das autoridades. Se o café já tiver sido colhido, os criminosos saqueiam a produção sem nenhum pudor. Lideranças e produtores dizem que tudo já foi denunciado aos governos estadual e federal, inclusive com os nomes dos comandantes das invasões, alguns ligados à política, tudo com um extenso dossiê recheado de provas. Entretanto, nada acontece.>
A culpa é deles>
O governador Jerônimo esquivou novamente ao ser perguntado sobre ações eficazes para enfrentar as facções criminosas e frear a onda de violência na Bahia. Mas dessa vez, jogou, involuntariamente, a batata quente no colo dos próprios aliados que o antecederam, afirmando que o problema teve origem nos governos de Jaques Wagner e Rui Costa (PT). “A gente sabe que isso não se dá de um dia para o outro. Isso leva décadas para eles se instalarem, criarem raiz. Então isso já vem acontecendo há 10, 15, 20 anos atrás”, confessou o petista. Lembrando aos mais jovens que, no próximo ano, as gestões petistas chegarão a 20 anos na Bahia.>
Gregos e troianos>
Após se aproximar do governo petista, indo de encontro à sua própria base política, o prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União Brasil), prepara agora outra jogada política que deve trazer ainda mais desgaste. Ele deseja lançar como candidata a deputada estadual a esposa, Penélope, pelo PT, em dobradinha com Lucas Reis (PT), favorito do senador Jaques Wagner. A especulação causou revolta entre apoiadores de Belitardo, que majoritariamente rejeitam o PT, e entre lideranças petistas na cidade, que veem no prefeito um adversário ferrenho. Ou seja: Belitardo conseguiu desagradar a gregos e troianos.>
Guerra Fria>
O deputado estadual Ricardo Rodrigues (PSD) vem causando a ira do ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz (PSB), que ensaia uma candidatura a deputado federal no próximo ano. Rodrigues, que foi prefeito de Lapão, não descarta disputar uma vaga na Câmara dos Deputados como representante da região, o que colocaria em risco os planos de Elmo. O ex-prefeito tem feito críticas a Rodrigues e, segundo lideranças que atuam na região, anda fomentando a irritação de outros parlamentares contra o deputado estadual. >