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E se o assassinato de Odete Roitman fosse na Bahia? O BBB do PT e as 'forças ocultas' no Planserv

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 05:00

Se a morte de Odete fosse na Bahia, o criminoso provavelmente seguiria na impunidade
Se a morte de Odete fosse na Bahia, o criminoso provavelmente seguiria na impunidade Crédito: Reprodução/TV Globo

O Brasil inteiro está se perguntando quem matou Odete Roitman. Mas, no mundo real, se tem um lugar onde dificilmente o assassinato da vilã de Vale Tudo seria elucidado é a Bahia, estado que tem o pior índice de esclarecimento de homicídios, com apenas 13%, de acordo com o estudo “Onde Mora a Impunidade”, divulgado nesta semana pelo Instituto Sou da Paz. Só para comparação, a média nacional é de 36%, o triplo da Bahia, enquanto Goiás tem 91,5% e o Distrito Federal, 96%. O assassino de Odete deve ser revelado na próxima semana, no final da novela, mas, se o caso não tivesse acontecido na Bahia, fora da ficção, o criminoso provavelmente seguiria na impunidade. É mais um trágico legado dos governos do PT.

BBB do PT

Os bastidores do ano pré-eleitoral no grupo petista no Estado andam tão movimentados que mais parecem um daqueles reality shows cheios de bafafá, com tiro porrada e bomba, como dizem em bom baianês. De um lado, o senador Jaques Wagner (PT) querendo garantir sua vaga para tentar a reeleição no ano que vem e tentando minar o ministro Rui Costa (PT). Segundo governistas, partiram de Wagner as informações de que Rui poderia seguir no governo Lula (PT) até o final e não disputaria o Senado, evitando riscos de rompimento com o PSD, já que a segunda vaga ficaria com o senador Angelo Coronel. Rui, por sua vez, já deixou claro que não abre mão do Senado e não esconde de ninguém o desejo de limar Coronel. O MDB, por sua vez, anda chateado com a possibilidade de perder a vice e ainda mais irritado com a movimentação agressiva do Avante, que conta com o aval de Rui. Daí a coluna perguntou a um deputado governista: E Jerônimo? Aos risos do parlamentar, veio a resposta: “Mais perdido que cego em tiroteio”.

Indefinição

O destino do Planserv segue indefinido mesmo com as recentes mudanças feitas pelo governo. O novo gestor, Luiz Eduardo Perez, ainda não apresentou medidas concretas para solucionar a falta de orçamento e tem atribuído a dificuldade à Secretaria da Fazenda, responsável pela liberação de recursos complementares. Segundo interlocutores, Perez afirmou que o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, por meio de um assessor, continua interferindo nas decisões do plano, o que limita sua autonomia administrativa. Essa situação tem provocado insatisfação entre servidores e prestadores, que reclamam da redução de serviços e da lentidão na execução de contratos.

Risco político

Fontes governistas apontam que o enfraquecimento do Planserv ocorre em um momento politicamente sensível, às vésperas de um novo ciclo eleitoral. O plano é considerado uma das principais estruturas de influência entre o funcionalismo público baiano e sua fragilidade pode ter impacto direto no governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Três vezes promessa

Jerônimo já pode pedir música no Fantástico após o governo ter anunciado, pela terceira vez, uma obra de pavimentação entre os municípios de Fátima e Heliópolis, prometida desde 2022 durante a campanha eleitoral pelo então governador Rui Costa. No ano passado, também no período eleitoral, Jerônimo voltou a se comprometer com a obra e, nesta semana, voltou a fazer o anúncio da intervenção.

Silêncio constrangedor

A operação da Polícia Federal no sindicato ligado ao irmão do presidente Lula fez as lideranças petistas baianas desaparecerem, tamanho o constrangimento que a pauta provocou justamente no dia em que o presidente esteve na Bahia. Silêncio total. Nenhuma manifestação pública, nem mesmo de solidariedade ao companheiro, apenas o incômodo visível de quem prefere não tocar no assunto. A operação que apura desvios milionários e descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS avança em ritmo galopante, expondo o laço familiar indigesto, que torna uma missão impossível convencer a opinião pública do contrário revelado nas investigações.

Na fogueira

Nesta sexta-feira, o plenário da Assembleia Legislativa decide se mantém ou revoga a prisão do deputado Binho Galinha. Mas, na quarta, quando a Comissão de Constituição e Justiça começou a analisar o caso - inclusive concedendo espaço à defesa - a reunião tomou um rumo inesperado após a intervenção do líder do governo, Rosemberg Pinto (PT). Mesmo sem integrar a comissão, ele pediu a palavra e acabou causando um verdadeiro climão ao relembrar uma antiga declaração do ex-presidente Adolfo Menezes (PSD), de que a Casa - ou os deputados - seriam “reféns” e tinham receio de se manifestar sobre o processo em que um colega é apontado como líder de organização criminosa. Não bastasse resgatar a memória incômoda, Rosemberg foi além: revelou que a declaração de Adolfo consta na decisão judicial que embasou o pedido de prisão de Binho. Detalhe: o documento enviado à Assembleia estava sob segredo de Justiça, que o petista quebrou parcialmente ao jogar o nome do ex-presidente na fogueira. Nos corredores, teve gente dizendo que o episódio teve um quê de vingança caipira - lembrança amarga da derrota de Rosemberg na disputa pela presidência da Casa.

Incerteza

Por falar no assunto, paira uma incerteza imensa se os deputados vão de fato comparecer ao plenário para a sessão extraordinária prevista, britanicamente, para as 10h. Para atender ao prazo de 72 horas desde que foi notificada, a Alba tem até 11h05 para dar um sinal de fumaça se mantém ou revoga a prisão do parlamentar. A decisão está no colo da base do governador Jerônimo, que tem ampla maioria, com mais de 40 votos, para dar o veredito - que virá por voto secreto.

Entre discurso e garimpo

A comunidade ambientalista da Bahia aguarda com expectativa a decisão do governador Jerônimo Rodrigues sobre a criação da Unidade de Conservação da Serra da Chapadinha, área estratégica de recarga hídrica responsável pelo abastecimento de cerca de 80 municípios baianos, incluindo Salvador. A proposta é tratada como prioridade para garantir a preservação de uma das regiões mais sensíveis do estado. A apreensão dos ambientalistas aumentou depois que Jerônimo deu aval à mudança de nome da CBPM, que passou de Companhia Baiana de Pesquisa Mineral para Companhia Baiana de Produção Mineral. Na prática, a estatal ganha poder para explorar e produzir minerais em parceria com a iniciativa privada - inclusive em áreas que ameaçam a própria Serra da Chapadinha. O caso é mais um daqueles momentos que mostram como o discurso de proteção ambiental do governador contraria os atos do seu próprio governo.

Bronca no Recôncavo

A população do Recôncavo está na bronca com a omissão da Secretaria Estadual da Saúde diante das denúncias sobre a situação do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus. A unidade, que deveria ser referência para dezenas de municípios, virou sinônimo de superlotação, falta de insumos e atendimento precário. Médicos e pacientes relatam corredores abarrotados e quartos com o dobro da capacidade. A principal queixa é a falta de fiscalização sobre a organização social responsável pela gestão do hospital, o Instituto Fernando Filgueiras, que também administra outras unidades do Estado. Para quem está na ponta, o descaso é cruel. O que era para ser um centro regional de saúde tem se transformado em símbolo de completo desrespeito à população.