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Coluna Pombo Correio
Publicado em 1 de março de 2024 às 05:00
Absurdo em dobro
Não bastasse o absurdo de ver o governador Jerônimo Rodrigues (PT) execrar professores para defender aprovação em massa de estudantes durante a aula inaugural da rede pública estadual, o cidadão baiano levou outro choque esta semana ao saber que a montagem daquele palanque político para o petista custou uma dose milionária do dinheiro público. Segundo publicação do Diário Oficial, o governo desembolsou R$1,5 milhão para uma empresa organizar a estrutura daquele dia. Agora, pasmem: o recurso saiu da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), e não da Secretaria de Educação.
Criador de crises
O governador Jerônimo Rodrigues fez nesta semana mais uma viagem internacional e tentou se distanciar das críticas geradas após defender a aprovação em massa na educação estadual, mas acabou criando uma nova crise. O petista publicou em suas redes sociais uma foto a bordo de um trem na Espanha, no mesmo período que completa três anos desde que o governo desativou os trens do Subúrbio de Salvador com a promessa do VLT. O projeto não saiu do papel e não tem nenhum sinal de que vai andar.
Ninguém segura mão de ninguém
A pré-campanha de Geraldo Júnior (MDB) conseguiu o feito inédito de reeditar a versão do mantra que embalou a esquerda após a derrota presidencial de 2018. O bordão “Ninguém solta a mão de ninguém” agora ganhou uma adaptação soteropolitana em que “ninguém segura a mão de ninguém”, diante da resistência dos partidos aliados em oferecer suporte ao vice-governador. Pelo jeito, até o MDB aderiu ao movimento e colocou no colo de Jerônimo a responsabilidade de ser o “fiador” do emedebista.
Mania de grandeza
A ojeriza de governistas ao nome de Geraldo avançou duas casas esta semana após a repercussão negativa pelo uso de um helicóptero no deslocamento entre Mata de São João e Salvador, percurso que as autoridades costumam fazer de carro dentro de uma hora. No Palácio de Ondina já começam a dizer que o vice tem mania de grandeza. “Depois do enorme aparato de segurança ele vem agora com essa de helicóptero. Geraldinho tá pensando que é presidente de filme americano”, ironizou um petista.
Meu passado me condena
Um ex-prefeito de uma importante cidade baiana tem feito de tudo para se livrar da extensa lista de condenações judiciais para conseguir disputar as eleições deste ano. Condenado em segunda instância, o que lhe torna inelegível, ele tenta protelar o julgamento do último recurso para ganhar tempo até o pleito. Nessa empreitada, conta com a ajuda até de um influente figurão ligado ao grupo petista na Bahia, que tem feito de tudo para dar sobrevida ao aliado. O problema é que a ficha do político, que já apareceu até no quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui” do Fantástico, depõe contra ele e dificilmente a situação vai ser revertida.
Golpe de misericórdia
Depois de agonizar por todos os lados, a candidatura de Fabrício Falcão ao TCM finalmente foi sepultada no lugar onde ele esperava encontrar salvação: a Mesa Diretora da Alba. O comunista foi sacrificado, com a devida previsibilidade, pelas mãos dos próprios colegas governistas, que não deram quórum à reunião que poderia assegurar a inscrição dele. No fim do dia, não restou dúvida a ninguém que a ordem para a execução humilhante de Fabrício partiu de Ondina.
Nada confiável
O caso de Fabrício só reafirmou o histórico de que PT da Bahia não é nada confiável quando se trata de cumprir acordos firmados com aliados. Depois de abrir passagem para Pelegrino e Aline Peixoto no TCM, o PCdoB foi para a terceira tentativa imaginando que os petistas finalmente honrassem com a palavra. A linha do tempo mostra que outros aliados já provaram do mesmo veneno, como aconteceu com Lídice em 2018, que teve a reeleição ao Senado arrancada das mãos, e com João Leão em 2022, quando o PT baiano descumpriu o acordo, feito inclusive sob a benção de Lula, para que o pepista assumisse o posto de governador nos oito meses finais daquele ano. Ou seja, de traição a turma entende bem.
Barbeiragem
A Secretaria de Educação da Bahia anda passando por maus bocados. Depois da polêmica da aprovação automática defendida pelo governador Jerônimo Rodrigues, que gerou uma série de reações negativas, agora surge uma nova barbeiragem. Ao encaminhar dados sobre acesso à água em escolas estaduais para o IBGE, um superintendente da pasta mandou números equivocados, o que gerou uma grande dor de cabeça e uma crise interna na secretaria. A comunicação do governo precisou ser acionada para apagar o incêndio e tentar criar uma narrativa positiva. A cereja do bolo é que o superintendente, simplesmente, é casado com a principal candidata a suceder no comando da pasta a secretária Adélia Pinheiro, que, pelo que dizem, só pensa na disputa eleitoral de Ilhéus.
Corra da oposição
E por falar em Adélia Pinheiro, a secretária tentou driblar o convite da oposição para explicar a portaria sobre aprovação em massa de estudantes na Assembleia Legislativa (AL-BA) e acabou ficando numa saia justa. Correu para dizer que já tinha agenda marcada na Comissão de Educação - controlada pelos governistas -, mas não atentou que o colegiado sequer havia sido instalado. Depois de perceber a derrapada, disse que a data havia sido alterada, mas novamente não foi informada que sua participação lá precisa antes ser aprovada regimentalmente pelos membros da comissão.
Grupo forte
O primeiro evento político de apoio a Bruno Reis em 2024, realizado nesta semana, deu uma grande demonstração de força do grupo do prefeito e de ACM Neto. O ato, feito para empossar dirigentes de PP, DC e PRD, reuniu lideranças de todos os partidos que fazem parte do arco de alianças, além de deputados federais e estaduais, prefeitos e pré-candidatos.
Em ascensão
Aliados da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), andam animados com recentes sondagens feitas no município. Os números apontam que Sheila tem se consolidado na liderança da disputa pela reeleição, enquanto, do outro lado, a base petista ainda bate cabeça em relação ao pleito. O deputado federal Waldenor Pereira, escolhido do PT para a disputa, não decola e a vereadora Lúcia Rocha (MDB), embora pontue bem, parece ter estagnado.