Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O poder dos Três Porquinhos, a secretaria de promessa, a BetJero e o mau humor de Rui

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 05:00

Cresce insatisfação da base governista com os movimentos do trio de jovens políticos do PT
Cresce insatisfação da base governista com o movimento do trio de jovens políticos do PT Crédito: Reprodução/IA

É cada vez mais crescente a insatisfação da base governista da Bahia com os movimentos políticos do trio de jovens políticos do PT: o secretário de Relações Institucionais (Serin), Adolpho Loyola, o ex-presidente do partido no Estado, Eden Valadares, e o pré-candidato a deputado federal Lucas Reis, todos ligados umbilicalmente ao senador Jaques Wagner. Chamados nos bastidores de os “Três Porquinhos”, eles estão promovendo articulações que irritaram diversas lideranças da base. Uma delas é o ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz (PSB), que iria para o comando da Embasa, mas teve o nome barrado. A aliados próximos, ele atribuiu o veto a um integrante do grupo. O que se comenta na base é que o trio de petistas não tem o menor pudor em tratorar decisões em benefício deles próprios em detrimento dos aliados. Deputados, inclusive, têm intensificado as queixas.

Insatisfação silenciosa

Além de negar e autorizar nomeações no governo, os três porquinhos também estão perseguindo e atacando bases de aliados. Um ex-prefeito que pretende disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, por exemplo, é alvo das investidas de Adolpho Loyola e tem se movimentado discretamente para deixar a base governista e migrar para um partido da oposição. Além de tudo, Lucas Reis, que muitos já consideram deputado federal, mesmo estando sem mandato, tem invadido bases de aliados para viabilizar sua eleição em uma disputa que a própria base tem considerado injusta. Parlamentares da base dizem que a situação é uma bomba relógio.

Secretaria da promessa

Mas o assunto da semana foi a iniciativa do governador de criar uma Secretaria Especial para acompanhar as obras da Ponte Salvador-Itaparica, mesmo sem uma única estaca fincada no mar. A ideia surgiu dias depois dele classificar como fake news um relatório que citava pontos de atenção na execução da obra — relatório este encomendado pelo próprio governo ao custo de quase R$ 5 milhões. Nos bastidores, comenta-se que a nova pasta tem menos a ver com a ponte e mais com a política: seria uma forma de esvaziar os poderes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) comandada pelo PSD, responsável pela contratação do estudo. Os mais experientes lembram que nem mesmo na construção do Polo Petroquímico de Camaçari ou do Porto de Aratu se criou secretaria específica. Agora, quando sequer há previsão real para início das obras, a Bahia ganha uma estrutura especial para uma promessa que já acumula 16 anos de espera.

BetJero

O projeto enviado pelo governador Jerônimo Rodrigues à Assembleia Legislativa para criar a Loteria Estadual da Bahia já ganhou uma variedade de apelidos nos bastidores: “Tigrinho do Jero”, “BetJero” e por aí vai. A proposta, que autoriza a BahiaInveste a explorar o serviço de loteria, chega num momento de reflexão da sociedade sobre os efeitos nocivos dos jogos de aposta no padrão de consumo das famílias, tendo inclusive posição contrária de setores do próprio PT. O governo, todavia, parece não se importar com esse debate e tratou de pedir que a matéria transmite em regime de urgência. Depois de 19 empréstimos que já somam R$ 23 bilhões, Jerônimo agora aposta na lógica das casas de aposta para gerar receita, numa jogada que transforma o jogo em estratégia fiscal.

Dívida no Planserv

O novo secretário de Administração do Estado, Rodrigo Pimentel, já chegou causando apreensão na rede credenciada do Planserv. O motivo é a falta de pagamento dos serviços, principalmente às unidades menores, enquanto as maiores já estão recebendo os valores devidos. Clínicas e hospitais menores já alertaram para o risco de descontinuidade dos atendimentos, o que afeta os mais de 500 mil segurados do plano dos servidores estaduais. Há, inclusive, uma queixa de falta de diálogo do novo secretário, tanto de prestadores, quanto também de entidades que representam os servidores, que já temem restrições no atendimento.

Inspeção #TBT

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) concluiu esta semana o julgamento de uma inspeção que avaliou a assistência materno-infantil na Superintendência de Atenção Integral à Saúde, ligada à Sesab, e encontrou irregularidades em maternidades estaduais. O relatório foi encaminhado à Comissão de Saúde da Assembleia, mas com um detalhe que chama atenção: a inspeção foi realizada no primeiro semestre de 2023 e só agora teve seu desfecho. O delay de dois anos transforma a fiscalização em uma espécie de auditoria #TBT, expressão usada nas redes para relembrar fatos antigos. A demora não invalida a importância do trabalho técnico, mas esvazia sua utilidade prática, já que a sociedade toma conhecimento dos problemas quando eles já fazem parte do passado.

Zangado

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), anda de mau humor (mais do que o normal) por conta do movimento de dezenas de prefeitos baianos que decidiram apoiar a reeleição do senador Angelo Coronel (PSD). De olho na vaga do pessedista na chapa majoritária governista, Rui vê o movimento dos gestores municipais como precipitado e considera, segundo fontes governistas, uma afronta contra o próprio ex-governador. Vale lembrar que o ministro nunca foi muito querido pela classe política dado o seu tratamento hostil.

A volta dos que não foram

A articulação política do governador Jerônimo começou a semana com a pulga atrás da orelha diante do movimento de recuo tático de prefeitos que já haviam declarado apoio ao petista. A falta de confiança no cumprimento das promessas de obras e investimentos tem levado gestores a recalcular discretamente seus passos. Em Teixeira de Freitas, por exemplo, o prefeito Marcelo Belitardo esvaziou os poderes do irmão do secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, que havia ganhado uma secretaria municipal como consequência da aproximação de Belitardo com Jerônimo. Já em Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá desistiu da candidatura a deputado federal, alterando o xadrez regional. Nos bastidores, cresce a sensação de que pode haver a volta dos que nunca chegaram a sair do campo oposicionista.

Calote

Servidores estaduais aposentados temem levar um calote do Governo porque ficaram de fora do pacote de reajuste e readequações de carreiras enviado pelo governador e aprovado pela Assembleia Legislativa. A ausência de menção explícita aos inativos no texto acendeu o alerta de um possível calote, já que neste ano o governo não enviou o tradicional projeto linear de recomposição da inflação para todos os servidores, optando por negociar reajustes setoriais. Com isso, quem não está amparado por representação sindical se vê à margem da política salarial. Muitos aposentados já identificaram mudanças negativas no contracheque, até mesmo aqueles que deixaram o serviço público com estabilidade do função, conforme previsto por lei. O caminho tem sido judicializar as perdas.

Tabuleiro movimentado

O projeto político da família Oliveira no Extremo Sul parece estar ameaçado devido ao cenário que se desenha para as eleições do ano que vem. O principal fator é a possível candidatura a deputado estadual de Jânio Junior, filho do prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL). Caso seja confirmada, a candidatura de Janinho representa um baque para a deputada estadual Claudia Oliveira (PSD), que deve tentar a eleição, mas deverá perder votos na cidade para o filho do prefeito. Além disso, a gestão do prefeito Robério Oliveira (PSD), esposo de Claudia, em Eunápolis tem patinado, o que pode enfraquecer ainda mais o projeto da família.