O inimigo mora ao lado

Integrantes do alto escalão do governo baiano dizem ver digitais do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) na circulação de informações sensíveis à própria gestão. Na tentativa de fazer fogo amigo a seus conhecidos desafetos, o emedebista acaba colocando a imagem do governo como um todo em saia justa. Os casos mais emblemáticos foram os ataques a contratos celebrados pela Conder e Sufotur, chefiadas por Zé Trindade e Diogo Medrado, respectivamente. Ambos pertencem à corrente ligada ao ex-governador Rui Costa (PT) e não fazem questão de esconder a ojeriza recíproca ao vice-governador. Prova disso é o recuo tático da dupla para não abanar o carvão molhado do emedebista na eleição de Salvador.

Queixo duro

Vereadores da base petista também andam muito insatisfeitos com Geraldo. Além da falta de habilidade na condução política, o vice-governador tem dado deslizes e, quando abre a boca, piora a situação. Foi assim no caso do helicóptero utilizado por ele para uma agenda em Salvador. Como se não bastasse a repercussão negativa, ele ainda foi para a imprensa dizer que não vai mais falar no assunto - como se isso dependesse apenas dele - e, pasmem, que vai utilizar o helicóptero sempre que julgar necessário, repetindo o discurso do caso dos 33 policiais, quando disse que precisaria de mais. Das duas, uma: ou o vice-governador não liga para a opinião pública ou está aprendendo com o professor Jerônimo Rodrigues (PT) a dar declarações desastrosas.

Inferno astral

Ainda sobre Geraldo, a equipe dele anda preocupada com o burburinho de que tem pesquisa nova rodando em Salvador. Os últimos dias não foram nada bons para ele, com repercussão negativa do aumento exorbitante dos seus gastos na Vice-Governadoria e o uso do helicóptero para um deslocamento entre Mata de São João e Salvador.

O Rei das Memes

Cansados do malabarismo para defender a indefensável tese de Jerônimo de aprovação em massa, alguns integrantes da base governista jogaram a toalha depois que o governador dobrou a aposta na verborragia e classificou o analfabetismo como doença. Reservadamente, um aliado de primeira hora disse que ficou impossível sair publicamente em apoio ao petista porque não faz ideia das pérolas que ainda podem surgir. Aos poucos, Jerônimo vai consolidando a fama de Rei das Memes.

TOPA

E a piada de mau gosto da semana é a sugestão jocosa que um interlocutor fez para o governador Jerônimo reeditar o programa Topa (Todos pela Alfabetização), da época de Jaques Wagner. O detalhe é que agora o projeto passaria a se chamar “Todos pela Aprovação…” P.S.: …em massa.

Desaprovação em massa

Um grupo cada vez maior de prefeitos anda bastante insatisfeito com a União dos Municípios da Bahia (UPB) e ensaia um movimento de desfiliação em massa da entidade. A queixa é que a UPB, ao invés de defender os interesses das prefeituras, tem atuado como um apêndice do governo do estado. “A UPB não é uma instituição municipalista, mas sim governista”, disse um deles, sob anonimato. A situação tem preocupado a direção da UPB, hoje presidida por Quinho Tigre (PSD), prefeito de Belo Campo. Outro prefeito disse, reservadamente, que a UPB não tem defendido as causas municipalistas que vão de encontro ao governo. “A entidade hoje basicamente só serve para dizer quanto de dinheiro o município vai receber. O nosso setor contábil pode fazer isso”, criticou.

Gabinete do ódio

Integrantes do MDB estão na bronca com a ofensiva de fake news que a tropa petista em Vitória da Conquista vem colocando na rua para desidratar a todo custo a pré-candidatura de Lúcia Rocha. Até blogs da região, abastecidos com recursos vermelhos, entraram para a artilharia a fim de fazer por Waldenor Pereira (PT) o que as pesquisas não entregam de jeito nenhum.

Cheiro de mudança

O cenário para a oposição em Lauro de Freitas tem sido cada vez mais otimista. Integrantes do grupo na cidade confidenciaram à coluna que a rejeição da prefeita Moema Gramacho (PT) só aumenta e, por outro lado, nomes oposicionistas só crescem. Os três que melhor pontuam, por exemplo, são todos da oposição. Dos nomes especulados no grupo de Moema, que ainda não escolheu o sucessor, nenhum decola.

Trinca de Judas

Apesar de previsível para o governo, a derrota de Marcelo Nilo para Paulo Rangel (por 36 votos a 22) na disputa por uma cadeira no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) deixou pontas soltas na articulação da bancada da maioria na AL-BA. Nilo teve três votos a mais que a quantidade de signatários da oposição na sua inscrição, o que desencadeou um processo de caça às bruxas entre os aliados do governador Jerônimo a fim de identificar a trinca de Judas que soltou a mão de Rangel na hora H.

PSD x PT

Integrantes da cúpula do PSD no Estado estão insatisfeitos com a condução do governo na sucessão em Itabuna. Pessedistas querem o apoio integral da base à reeleição do prefeito Augusto Castro, mas ainda há resistências, inclusive do PT, que tem apostado no nome do ex-prefeito Geraldo Simões, com o apoio do MDB.