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Pombo Correio
Publicado em 25 de abril de 2025 às 05:00
Devo, não nego >
Lembram do escocês voador da Bahia que pousou por aqui na semana passada? Pois chegou a esta coluna dois casos de calotes do mega operador de um importante ministro baiano. Em um deles, o escocês baiano foi acusado por antigos sócios de um golpe de mais de R$ 600 mil na sociedade de um grande laboratório que atua em Salvador. O caso foi parar na Justiça e os sócios chegaram a pedir bloqueio de bens do operador, mas a solicitação foi negada. Em outro caso, ele chegou a ser alvo de uma ação de busca e apreensão por dívida não quitada. Ele chegou a ter bens apreendidos para a quitação do débito, conforme consta na ação. Agora, mesmo com esse passado, o escocês voador da Bahia anda ostentando no seu jato luxuoso entre Salvador e Brasília.>
Cada um por si>
Lideranças de partidos da base governista na Bahia andam preocupados com a formação de suas chapas para deputado estadual e federal nas eleições do próximo ano. A questão é que parlamentares temem que o governo não ajude na montagem das chapas, o que pode dificultar suas candidaturas à reeleição. Caciques petistas, inclusive, já estão avisando que a preocupação vai ser com a própria federação e não com os demais, que esperam uma ajuda com a famosa "rabada".>
Jogou a toalha>
O líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Rosemberg Pinto (PT), jogou a toalha antes mesmo da luta começar. Na última quarta-feira, ao perceber uma fuga coletiva dos seus liderados da sessão que votaria um empréstimo de R$ 600 milhões solicitado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), Rosemberg mesmo se adiantou em abrir e fechar a sessão regimental para evitar ser derrotado numa eventual verificação de quórum. Como lobo solitário no plenário, prevendo que a pauta iria naufragar, o petista chegou a anunciar uma suspensão de 20 minutos para “organizar atas”, mas, menos de cinco minutos depois, voltou ligeiro e ele mesmo encerrou os trabalhos. Ficou como mestre de cerimônias de um teatro vazio.>
Obsessão>
Por falar em empréstimo, o governador Jerônimo Rodrigues mandou mais dois pedidos para a Assembleia Legislativa, elevando para 18 o número de vezes em que recorreu ao crédito em apenas dois anos e quatro meses de gestão. A dívida já soma R$ 18,2 bilhões - o equivalente a 25% do orçamento estadual de 2025. Em termos simples: se o baiano ganha R$ 1 mil, é como se R$ 250 já estivessem comprometidos com o pagamento de uma dívida com uma financeira, por exemplo. Nas redes sociais, a pergunta mais comum é para onde está indo tanto dinheiro, já que Jerônimo chega ao terceiro ano de mandato sem nenhuma marca. “Tá parecendo viciado tomando dinheiro com agiota, nunca para”, brincou um seguidor no Instagram.>
Escola Lula>
Mas longe do espírito bem humorado dos baianos, está uma séria preocupação de analistas de contas públicas em razão da escalada no volume de endividamento em tão pouco tempo, principalmente pela ausência de contrapartidas visíveis - já que o governo ainda não apresentou grandes obras estruturantes que justifiquem tamanha contratação de crédito. O que leva à suspeita de que as operações de crédito estejam sendo direcionadas para custeio e despesas correntes. Nesse ritmo, a conta recai sobre a sustentabilidade fiscal do Estado a médio e longo prazo, com o risco de comprometer a capacidade de investimento em áreas essenciais e de pressionar ainda mais o caixa público nos próximos anos. Pelo jeito, Jerônimo está seguindo a cartilha do governo federal de gastar sem critério e jogar o problema mais pra frente.>
Pé atrás>
O ex-prefeito de Alagoinhas Joaquim Neto (PSD) tem deixado aliados pessedistas de orelha em pé. Embora não confirme, Joaquim ensaia uma candidatura a deputado federal na disputa do ano que vem. Ele tem viajado ao lado da esposa, a deputada estadual Ludmilla Fiscina (PV), e sondado bases de outros parlamentares, inclusive da base aliada. O movimento causa ciumeira e deixa aliados com um pé atrás com ex-prefeito.>
Em família>
O prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União Brasil), parece ter desistido de lançar seu vice, Mateus Guerra (União Brasil), a uma vaga para a Assembleia Legislativa no próximo ano. De acordo com fontes no município, o prefeito pretende agora colocar na disputa a esposa, Penélope Belitardo. Interlocutores confidenciaram que Belitardo foi convencido de que, caso o vice saia fortalecido, poderia querer alçar voo solo.>
De cara amarrada>
Lideranças da base governista com atuação na região de Irecê andam se queixando do governador Jerônimo Rodrigues pela falta de ações mais concretas para enfrentar as graves consequências da seca. A insatisfação ocorre pelo fato de prefeitos aliados estarem quase suplicando por ajuda, que tarda a chegar. Deputados dizem que falta ao governador pulso para cobrar de sua equipe mais empenho para que o socorro emergencial chegue mais rápido. Alguns já fazem críticas publicamente.>
O aviso>
Lideranças do PDT em Salvador e do interior comunicaram ao presidente estadual do partido, o deputado federal Félix Mendonça Jr., que não pretendem migrar para a base governista, se esta for a decisão da legenda. Nas últimas semanas, segundo interlocutores, lideranças pedetistas intensificaram o diálogo para retornar a aliança com o PT. Um dos dirigentes do partido, contudo, avisou a Félix que o movimento pode significar um "suicídio partidário", caso seja concretizado.>
Piadista>
A visita do governador Jerônimo ao canteiro de obras do VLT do Subúrbio, na última segunda-feira, virou um recorte de desconexão mágica da realidade, depois que ele afirmou com entusiasmo que o projeto está “andando em um ritmo muito bom” e que “já já chega a 20% de execução”. A fala virou piada nas redes sociais e motivo de constrangimento até entre aliados, porque a obra se arrasta há cinco anos e, se mantido esse “ritmo muito bom”, só ficará pronta em 2049. O vídeo de Jerônimo virou uma espécie de stand-up de gestão pública, mas que não tem graça nenhuma para quem viu o governo do estado retirar os trens do Subúrbio e deixar uma população inteira sem seu principal modal, que funcionava a preços acessíveis.>
Foto e calote>
A foto do encontro de um ex-deputado estadual com o secretário de Relações Institucionais, Adolfo Loyola, provocou uma ilusão em quem imaginava um novo aliado desembarcando na base do governador. O ex-parlamentar bateu na porta da gestão para cobrar, com todas as letras, o pagamento de cerca de R$ 3 milhões em emendas impositivas que ficaram penduradas do seu mandato, dinheiro carimbado para obras e investimentos em municípios baianos, mas que nunca foram liberados. Ou seja, o encontro não foi para costurar aliança, foi para cobrar o calote. Depois de muita conversa, nada foi resolvido, o que pode fazer o caso parar nas mãos da Justiça. E tinha gente achando que era selfie de reconciliação política, quando era, na verdade, um protesto educado com foto e café.>