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Bruno Wendel
Publicado em 28 de julho de 2025 às 19:00
Feira de Santana registrou um cenário alarmante no último dia 22. Três ocorrências graves — um acidente de trânsito com morte na BR-101, um homicídio em Feira de Santana e outro em Rafael Jambeiro — foram atendidas por apenas um perito criminal, segundo o Sindicato dos Peritos Criminais da Bahia (Asbac). A primeira ocorrência foi registrada às 19h04 e o último atendimento foi à meia-noite. >
Essa maratona dramática de atendimentos revela uma realidade alarmante: o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana, que possui a maior demanda pericial do interior da Bahia, conta hoje com apenas 20 peritos criminais em atividade, sendo que dois estão afastados — uma por licença maternidade e outro por motivo de saúde — para atender as demandas de 11 cidades: Feira de Santana, Rafael Jambeiro, Anguera, Antônio Cardoso, Serra Preta, Santa Bárbara, Irará, Santo Estêvão, São Gonçalo dos Campos, Tanquinho e Ipacaetá. >
De acordo com a Asbac, apesar da sobrecarga, nenhuma nova designação foi feita para a cidade, após o último concurso, em 2022, que nomeou aproximadamente 400 peritos criminais para todo o estado. >
Além dos locais de crime contra a vida e o patrimônio, os peritos em Feira ainda atuam em incêndios, acidentes de trânsito, balística, análise de veículos, laboratórios forenses e até computação forense — uma carga de trabalho que deveria ser dividida por, no mínimo, o dobro de profissionais — em condições estruturais precária. >
O risco é claro: a demora compromete provas, prejudica investigações e pode levar à impunidade. >
Colapso no DPT de Feira de Santana