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Elas desafiam o "padrão"

Por Flavia Azevedo

  • Foto do(a) author(a) Flavia Azevedo
  • Flavia Azevedo

Publicado em 12 de janeiro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

No dia 21 de dezembro, todas as mulheres do Brasil conquistaram, juntas, o “corpo de Verão”. Sim, porque se esse é o dia em que começa a estação e você tem (é) um corpo, acredite: que importe, não há mais nenhuma questão. Todos os corpos pedem liberdade, mergulhos, prazeres e abraços do mar. Estão aqui cinco mulheres que ocupam as areias, com felicidade e desafiando o maldito “padrão”. Seja qual for o seu corpo, esse espaço também é seu. Portanto, inspire-se, vista seu biquíni, desfile na areia e divirta-se de verdade. Sobretudo, porque há muitas belezas na liberdade de ser e estar. Erica Almeida, mulher preta e gorda “A minha relação com o meu corpo hoje em dia é  uma relação de amor diário,  a cada dia aprendo a amar mais uma estria, uma dobra, uma celulite. Aprendi que o meu corpo é quem eu sou, que amá-lo é um ato poético, político e de resistência. Sabendo de tudo isso, eu disse: por que o meu corpo não pode ser um corpo de praia? Todas as vezes que vou à praia me pego sereiando entre as ondas do mar, amo usar biquíni  e colocar a minha barriga para jogo. Adoro a sensação de ser livre e  de me permitir ser livre onde eu quiser,  inclusive na praia”. Ana Freitas, comerciante “Eu nasci em 27 de julho de 51. Leonina . Amo o sol e o mar. Desde que me entendi como pessoa, vou quase todos os dias caminhar na praia e mergulhar no mar. Fontes do meu prazer. Sinto-me em perfeita sintonia com meu corpo, uma relação que não era tão boa quando eu era jovem. Uso biquíni e fico muito à vontade com o tal. Gosto de ficar bronzeada. E ainda arrisco (que minha dermatologista não veja) passar um óleo pra incrementar o bronzeado. Estou cada vez mais de bem com os meus 67 anos e bem relacionada com o mar”. Mariana Torquato, dona do maior canal sobre deficiência do YouTube Brasil  “Eu cresci sendo a única pessoa com deficiência que eu conhecia e isso não ajudou em nada na construção da minha confiança e autoestima. Como eu nasci assim, demorei um pouco pra perceber que era diferente dos outros, e como não havia incentivo nenhum para assumir as diferenças naquela época, eu escondia meu bracinho atrás de roupas e bolsas, só que na praia não era assim tão fácil me esconder. Era obrigada a usar biquíni na praia, mas me escondia por baixo de cangas. Além da questão do meu braço, eu comecei a odiar ainda mais meu corpo por volta dos 11 anos, quando engordei e meus primos começaram a me chamar de gordinha. Dali em diante, deixei de fazer e usar muita coisa que queria porque achava que não era pra mim. Sabotei minhas vontades e chances de ser feliz por vergonha, cheia de ódio por um corpo que eu não conseguia mudar. Todas essas noias consumiam meu amor próprio e, muitas vezes, eu sabotava momentos incríveis por estar preocupada com o formato do meu corpo, aquela noia do “vao ver minha pochete” ou “vão notar que eu não tenho um braço” ou “ai meu deus, minhas estrias vão aparecer”. Só fui desconstruir toda essa ideia depois de começar a ver outras meninas falando sobre amor próprio. Daí, comecei a tentar  me amar em vez  de me odiar. Foi aí que eu comecei a viver de verdade, a ir à praia sem me esconder, a entender que meu corpo não é dos outros, mas meu”. Adriana Santos, primeira Miss plus size Bahia, produtora cultural e coordenadora do Vai Ter Gorda. “Sempre amei a praia e nunca tive receio de usar biquíni, me sinto linda, maravilhosa e, acima de tudo, uma mulher empoderada! Sou uma mulher normal igual a outras mulheres, meu corpo não me define. Amo meu corpo, amo minhas curvas e minha silhueta!” Carine Guimarães, modelo “Já tive a fase da vergonha, do ‘não tira o shortinho’ e de não querer ir à praia. Isso passou quando vi que me aceitando como mulher poderia ajudar outras pessoas. Hoje, a minha relação com a praia é a melhor possível, só não vou mais porque não tenho tempo. Me sinto super à vontade em ficar de biquíni, sem vergonha alguma”.