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Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Depois de anos evoluindo, subindo degrau a degrau, da luta para permanecer na Série A à conquista de uma vaga na Sul-Americana, o Bahia de Roger Machado colocou o sarrafo tão no alto que agora sofre com a ira de uma torcida impaciente com o momento de instabilidade da equipe.
Não é para menos, afinal a sequência de quatro jogos sem vencer em casa, sendo três derrotas, pode custar o sonho da Libertadores, que, convenhamos, é mais sonho do que realidade. Pela distância que ainda existe para clubes como Grêmio, Internacional e Athletico-PR, de orçamento e de qualidade de elenco, a cereja do bolo tricolor não é nada fácil de se conquistar.
Por que, então, a irritação da torcida chegou a níveis tão altos? Justamente pelo que o Bahia entregou desde a chegada de Roger Machado, uma equipe altamente competitiva, organizada defensivamente e eficiente na hora de contra-atacar. Triunfos com autoridade como aqueles conquistados contra Flamengo, em Salvador, e Grêmio, em Porto Alegre, colocaram a confiança um patamar acima. Ver a chance de entrar no G6 escapar é dolorido e se reflete em vaias após mais uma derrota na Fonte Nova.
De fato, há um problema. Nem mesmo o técnico Roger Machado, ou o presidente Bellintani, varreram para debaixo do tapete. O elenco tricolor, jovem ou desacostumado a brigar por grandes objetivos, sentiu o peso do momento. O grupo que leva as equipes do Campeonato Brasileiro para a Libertadores estava ali, ao alcance das mãos, porém a ansiedade bateu mais forte, a perna pesou e a cabeça criou uma barreira que permitiu que os jogadores sucumbissem a uma série de erros raros se comparado com o desempenho do time no primeiro turno. Para piorar, peças importantes, como Moisés, que se lesionou, e Gilberto, em má fase, abriram um buraco na equipe.
Considerando que jogar a toalha não é opção, já que o tricolor ainda está no bolo e a distância para o Internacional, quinto colocado, é de quatro pontos, a primeira coisa a fazer é recuperar o emocional dos atletas. Fazê-los entender que não tem nada perdido, usando como parâmetro eles próprios, tudo o que já fizeram até esse momento, mas lembrando que nada terá valido a pena se a equipe cambalear entre resultados ruins, principalmente dentro de casa, até o final da competição.
A outra correção precisa ser feita dentro das quatro linhas, por mais que Roger Machado tenha explicado o quanto é difícil promover alterações na equipe a essa altura do campeonato, seja de peças ou no jeito de jogar. O fato é: se não está funcionando, é preciso mudar. Ele tentou algo diferente ao escalar João Pedro na vaga do questionado Alejandro Guerra, atuando no meio-campo, mas não funcionou. Creio que seguirá dando oportunidade a Marco Antônio, tendo em vista que, apesar da dificuldade em ajudar na marcação, ele tem sido a peça desequilibrante no sistema ofensivo.
Seja qual for a medida que o treinador tricolor julgue necessária para corrigir o rumo do time, é preciso agir rápido, pois o Campeonato Brasileiro entra nas suas dez rodadas finais, para o Bahia, quinta-feira, contra o Santos, na Vila Belmiro.
Rafael Santana é repórter do globoesporte.com.