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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 05:00
O orçamento do governo estadual para 2026 prevê queda expressiva em áreas essenciais, especialmente Educação e Saúde, quando comparado ao deste ano - mesmo após a correção pela inflação estimada de 4,44%. >
O valor total projetado para o setor de Educação é de R$ 12,4 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões. Uma diferença negativa de R$ 2,8 bilhões. Se comparada à previsão de 2025, de R$ 13,6 bilhões, a proposta orçamentária de 2026 representa uma redução de R$ 1,2 bilhão, mesmo sem considerar qualquer atualização monetária. Na Saúde, a redução chega a R$ 121 milhões.>
Enquanto isso, os gastos com a dívida pública - que incluem juros, encargos e amortizações de empréstimos - terão um acréscimo de R$ 933 milhões em relação ao orçamento de 2025. Em outras palavras, recursos antes destinados à área social estão sendo redirecionados para o pagamento de dívidas e financiamentos contratados pelo próprio Estado.>
Esse movimento de retirar recursos das áreas sociais para o pagamento de dívidas tem sido alvo de críticas de especialistas, como Antonio Magalhães Ribeiro, professor da Uefs, que aponta prioridades invertidas na gestão orçamentária do Estado. O orçamento ainda será apreciado pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). >
Rede social dá voto?>
Um estudo recém-divulgado pela PUC-Rio, ao qual esta coluna teve acesso, joga luz sobre o verdadeiro peso das redes sociais na disputa eleitoral de 2022 na Bahia - e o resultado surpreende. A pesquisa indica que as mídias digitais tiveram um papel muito limitado tanto nos resultados eleitorais quanto na relação custo-benefício das campanhas.>
Coordenado pelo professor Arthur Ituassu, especialista em Comunicação Política, o levantamento analisou as 513 campanhas vitoriosas para deputado federal em todo o país, cruzando dados públicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com métricas de desempenho no Facebook e no Instagram, obtidas via CrowdTangle - ferramenta de monitoramento do grupo Meta.>
Na Bahia, o caso do deputado Capitão Alden (PL) chama atenção. Ele teve a maior “Média Digital” entre os eleitos - indicador que combina interações no Facebook, interações no Instagram e percentual investido em anúncios pagos. O parlamentar liderou as interações no Instagram durante a campanha e destinou um volume expressivo de recursos à propaganda digital.>
Fora da tela>
Mas o resultado nas urnas mostra outra história. A campanha mais votada no estado foi a de Otto Filho (PSD), que teve desempenho modesto nas redes sociais: poucos engajamentos, zero investimento em anúncios e uma despesa de campanha abaixo da média dos eleitos. Já Joseildo Ramos (PT) obteve o posto de campanha mais eficiente financeiramente - gastou pouco e venceu -, mas sem qualquer destaque nas plataformas digitais.>