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Wagner vai ficar contra Lula ou a Bahia?

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 05:00

Brasília - Presidenta Dilma e o ministro Jaques Wagner observam movimento na Esplanada pela janela do Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)
Wagner ainda não revelou como pretende votar sobre o veto de Lula Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

Dos três senadores da Bahia, apenas Jaques Wagner ainda não revelou como pretende votar sobre o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que amplia o número de deputados federais. Otto Alencar e Angelo Coronel já se posicionaram - publicamente ou em conversas reservadas - a favor da derrubada do veto.

A explicação é simples, caro leitor. Se o veto de Lula for mantido, o Congresso Nacional terá que cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e redistribuir as atuais 513 vagas. O resultado seria amargo para a Bahia: perda de duas cadeiras na Câmara Federal (de 39 para 37) e de seis na Assembleia Legislativa (de 63 para 57).

De acordo com o deputado Paulo Azi, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a tendência é a Câmara derrubar o veto e manter a ampliação para 531 deputados. Dos 39 baianos, 34 votaram a favor da proposta - apenas Capitão Alden foi contra. A resistência, diz ele, está no Senado, o que torna o voto de Wagner ainda mais decisivo. Afinal, menos cadeiras significaria menos força política da Bahia em Brasília.

O dilema de Jaques Wagner é nítido. Ele votou, junto com Otto, a favor da ampliação. Mas, como líder do governo no Senado, carrega a responsabilidade de ser a voz de Lula na Casa. Cederá à pressão do Planalto e defenderá o veto - mesmo contra os interesses da Bahia - ou seguirá o caminho oposto, contrariando a orientação do governo?

As projeções mostram que, caso a eleição de 2022 tivesse ocorrido com apenas 37 cadeiras, a base petista perderia dois deputados. O mais ameaçado seria Raimundo Costa (Podemos), eleito com pouco mais de 50 mil votos.

Do outro lado, os críticos do projeto argumentam que o aumento de vagas pesará nas contas públicas. A Câmara estima R$ 64,6 milhões por ano em novos custos - salários, benefícios e estrutura. Mas os defensores da derrubada lembram que o governo pouco tem se importado com o crescimento das despesas. Por que, justamente agora, quando a Bahia seria prejudicada, a austeridade se torna prioridade?

Entre a fidelidade ao governo e a defesa dos interesses da Bahia, Jaques Wagner está numa encruzilhada. Há quem diga que, talvez, seja a hora de aplicar o velho mandamento do general: “salve-se a Bahia e foda-se o Brasil”.