Cardeais governistas veem erro estratégico na ausência de Jerônimo ao debate final

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 28 de outubro de 2022 às 05:00

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Com base em levantamentos internos e pesquisas que apontam cenário indefinido na sucessão estadual, a ausência de Jerônimo Rodrigues (PT) no debate da TV Bahia foi considerada ontem por caciques da base aliada e integrantes da campanha petista como um erro estratégico na reta final do segundo turno. A avaliação, segundo políticos governistas ouvidos pela Satélite, não leva tanto em conta a decisão de evitar o duelo direto com ACM Neto (União Brasil). A falha, destacam, está no timing com o qual anunciou que não participaria, feito pouco antes do horário previsto para o confronto. 

Perda de prazo  "Era para ter dito logo que não iria, e não depois de dias de propaganda intensa da TV Bahia para elevar a audiência do debate, além de informar que Jerônimo e Neto foram convidados. Manter o suspense por mais tempo do que deveria gerou expectativa no público. O que pode ter sido um risco grande quando os números não dão segurança de vitória. Pelo contrário. Trazem incertezas", ressaltou um cardeal influente da base.

Preço da distância Reservadamente, fontes que atuam junto à coordenação da campanha de Jerônimo revelaram preocupação com o eventual impacto da ausência de Jerônimo no debate às vésperas da votação. Em especial, pelo discurso adotado por ACM Neto nos 30 minutos em que protagonizou o último ato dos candidatos ao Palácio de Ondina na televisão. Liberado pelas regras da emissora a apresentar duas perguntas que seriam dirigidas ao opositor caso ele estivesse presente, o ex-prefeito foi certeiro, admitem auxiliares do petista. De cara, abordou o mau desempenho de Jerônimo em todos os cargos que ocupou, das secretarias da Educação e do Desenvolvimento Rural do estado ao alto escalão da prefeitura de Aiquara, sua cidade natal.

Certo pelo duvidoso No segundo questionamento, ACM Neto explorou a declaração concedida pelo rival na recente sabatina da Folha de S.Paulo, quando disse estar preparado para gerir o estado apenas com Lula (PT) na Presidência. A pergunta foi direcionada à fatia do eleitorado que apoia o ex-presidente, mas não está tão convencida do voto casado com Jerônimo na corrida pelo governo e teme o que pode ocorrer com a Bahia caso Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito.

Saldo final Embora tenham noção dos possíveis danos provocados pela fuga do debate, a cúpula do PT e os responsáveis pela tática de Jerônimo no segundo turno consideraram que o ônus decorrente da ausência no confronto seria menor do que as perdas geradas por uma provável má performance do petista diante de centenas de milhares de telespectadores.

Se correr... No rastro da fuga de Jerônimo, o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) apresentou um projeto de lei para punir candidatos que se recusarem a participar de debates durante o segundo turno. Pela proposta, que altera a legislação eleitoral, quem faltar a todos perde tempo equivalente na propaganda em rádio e televisão.   Aqui na Bahia, o candidato do PT foi covarde e não teve coragem de encarar seu adversário, porque não tem proposta para resolver os graves problemas do estado Paulo Azi, deputado federal reeleito pela União Brasil, sobre a ausência de Jerônimo Rodrigues aos debates