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Jairo Costa Jr.
Publicado em 28 de junho de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
A turbulência gerada pelo recente cerco ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, acusado de envolvimento no esquema de corrupção irrigado com o caixa do MEC, tende a beneficiar ACM Neto (União Brasil) na corrida pelo governo estadual, avaliam integrantes do núcleo político da pré-campanha do ex-prefeito de Salvador. Sobretudo, calculam, caso a crise se agrave ainda mais, no rastro das suspeitas de interferência e vazamento nas investigações. O que pode enfraquecer de vez o presidente Jair Bolsonaro (PL) e, por efeito direto, desidratar nomes apoiados por ele nos estados. Tal cenário levaria grande parte do bolsonaristas baianos a trocar o ex-ministro João Roma (PL) por Neto já no primeiro turno.>
Tchau, querido! A tese é a de que o eleitor puro-sangue de Bolsonaro na Bahia não pensará duas vezes antes de abandonar Roma, diante de sinais concretos de derrota na disputa presidencial. Com a reeleição em cima do telhado, o foco da parcela fiel ao presidente será despejar os votos em Neto para defenestrar o PT do governo do estado.>
Cova aberta Os possíveis danos causados ao presidente pelos desdobramentos do escândalo no MEC elevou o grau de preocupação entre cardeais do PT baiano. Nos planos do partido, a capacidade de João Roma em atrair a maioria dos eleitores abrigados no bolsonarismo é considerada fundamental para impedir a vitória de ACM Neto no primeiro turno e tentar garantir a presença do candidato petista a governador, Jerônimo Rodrigues, no segundo. Entretanto, a tática depende totalmente de um Bolsonaro competitivo. Se ele estiver fragilizado a ponto de desidratar, por tabela, seu representante na sucessão estadual, a esperança depositada pelo PT em Roma vai morrer de véspera.>
Conta de somar Na contabilidade da base aliada ao governo Rui Costa, Neto reúne votos na fatia historicamente alinhada ao carlismo, no bloco de simpatizantes do ex-presidente Lula (PT) e na parcela moderada dos apoiadores de Bolsonaro, enquanto Roma aglutina a ala mais radical dos eleitores do presidente. A migração dessa tropa para o grupo do ex-prefeito, a reboque da nova crise, é justamente a maior fonte de tensão na cúpula petista.>
Saída à direita A resistência do senador Otto Alencar (PSD) em assinar o pedido de criação da CPI do MEC é atribuída por aliados do parlamentar ao receio de irritar o eleitorado de direita que tem ele como opção para a batalha do Congresso. Em especial, evangélicos e antipetistas convictos, segmentos sensíveis a quaisquer atitudes que pareçam adesão à pauta de interesse do arco esquerdista.>
Tiro de guerra A Fonte Nova corre sério risco de virar palco de uma batalha campal no Dois de Julho. Com o clima bastante acirrado, militantes de Bolsonaro e Lula resolveram organizar manifestações na mesma área em um intervalo de apenas duas horas. A chance de dar chabu é imensa. Os baianos não aguentam mais pagar pela gasolina mais cara do país. Nove das 20 cidades do Brasil com o maior preço do combustível estão localizadas no estado Paulo Câmara, deputado estadual do PSDB >