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Jairo Costa Jr.
Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 08:35
- Atualizado há 3 anos
Pingos de Lava JatoCitada na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, a construtora WTorre doou R$ 1 milhão para a campanha à reeleição do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), ao governo do estado em 2010. A informação está disponível no sistema de prestação de contas de candidatos e partidos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). >
O repasse foi feito no mesmo ano em que a empreiteira começou a erguer um megacentro empresarial no Rio de Janeiro - segundo depoimento de Cerveró, por indicação do então presidente Lula. >
O empreendimento abriga a nova sede da Petrobras, que paga anualmente cerca de R$ 100 milhões em aluguéis para a WTorre. Além das datas, chamam atenção dois outros detalhes do aporte financeiro da empresa para a campanha de Wagner: o valor corresponde a 65% do total de R$ 1,53 milhão doado pela construtora diretamente para políticos nas eleições daquele ano e o petista foi o único concorrente a governador beneficiado com o caixa da WTorre em todo o Brasil.>
Casos e acasosEm seus depoimentos até agora vazados à imprensa, Nestor Cerveró não faz qualquer relação entre a escolha da empreiteira e as doações eleitorais. Embora constem no banco de dados do TSE dois repasses - de R$ 1 milhão, cada - para o comitê financeiro da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, também realizados na reta final da disputa de 2010. O governo e o PT sempre negaram qualquer relação entre doações e contratos com a estatal.>
Palavras cruzadasDesde que entrou no centro do noticiário sobre a Lava Jato, Jaques Wagner vem repudiando com veemência o que chama de “vazamento seletivo de delações” e a citação a seu nome feita por Nestor Cerveró. Em depoimento, o delator disse que “houve um grande aporte de recursos” para as campanhas do petista em 2006 e 2010, cuja operação ele atribui ao então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Por sinal, o responsável pelos contratos com a WTorre.>
Pontos de interrogaçãoÀs vésperas da Lavagem do Bonfim, o cortejo de grupos políticos ainda deixava uma série de dúvidas no ar. Pelo lado da base aliada ao governo do estado, o grande enigma tinha ligação com o comportamento de líderes de partidos governistas posicionados na disputa pela prefeitura de Salvador. >
Casos da deputada Alice Portugal (PCdoB) e da senadora Lídice da Mata (PSB). Ambas adotarão distância regulamentar da ala petista, para escapar da impopularidade que afeta o partido, ou colarão no governador Rui Costa (PT), de olho nos bons índices de avaliação atribuídos a ele pelas pesquisas de opinião? No mesmo compasso, a comitiva de Rui estará ostensivamente identificada com o PT, como em anos anteriores, ou será mais discreta? >
Já no bloco liderado pelo prefeito ACM Neto (DEM), onde espera-se adesão em massa de candidatos a vereador e lideranças de siglas alinhadas ao democrata, a questão é saber se algum postulante à vaga de vice em sua chapa terá lugar ao lado dele na comissão de frente. Respostas, só na manhã de hoje.>
Alice aponta erro balançoA deputada Alice Portugal reagiu ontem ao levantamento que a colocou em primeiro no ranking dos parlamentares baianos que mais gastaram, na atual legislatura, o chamado “cotão”, destinado mensalmente pela Câmara para despesas com passagens, combustível e divulgação, entre outras. >
Os números que deram base a notas publicadas ontem pela Satélite foram fornecidos pelo site Olho Neles!, especializado em fiscalizar o uso de recursos públicos através de dados disponibilizados pela Casa. Em nota, Alice apontou “erros graves” no balanço publicado pelo site e distorções em relação ao valor informado pela Câmara, cuja soma é de cerca de R$ 395 mil, e não de R$ 559 mil, como apontou a equipe do Olho Neles!. >
“Exerço o sexto mandato parlamentar sem apoios ilícitos de qualquer segmento e não tenho meu nome vinculado a escândalos. Assim, continuarei utilizando as verbas legais disponíveis para realizar mandatos coerentes”, disse.>