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Jairo Costa Jr.
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 04:35
- Atualizado há 3 anos
Integrantes da oposição na CPI do BNDES trabalham arduamente para tentar aprovar, na sessão de amanhã, o requerimento de convocação do empresário José Carlos Bumlai, apresentado na última quarta-feira pelo deputado baiano João Gualberto, presidente estadual do PSDB. Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bumlai virou o alvo predileto da tropa oposicionista na comissão. Líderes tucanos e democratas acham que, fechando o cerco em torno dele, arrastariam Lula para o centro das investigações sobre suspeitas de irregularidade em negócios do banco de 2003 a 2015. O pedido de Gualberto tem como base as revelações sobre um empréstimo de R$ 101,5 milhões concedido pelo BNDES, em 2012, para a São Fernando Energia, empresa de Bumlai que atuava na produção de eletricidade a partir do bagaço de cana. “Tenho buscado convencer os parlamentares da base aliada sobre a necessidade de convocar Bumlai. Na semana passada, as chances eram menores do que agora. Só vamos saber na hora”, afirmou Gualberto.>
Causa e efeitoNo requerimento à CPI, João Gualberto destacou a existência de indícios que apontam para um provável favorecimento a José Bumlai na transação com o BNDES. Isso porque o banco teria driblado normas que impedem a concessão de empréstimos para empresas com a falência pedida na Justiça ou dificuldades de saldar débitos. Caso da São Fernando, cujas dívidas somam hoje R$ 1,2 bilhão, R$ 330 milhões só com o BNDES.>
Lupa na FonteEm outra frente, o deputado tucano colocou de vez a Bahia na rota das investigações sobre os negócios do BNDES com empresas. Na última sessão da CPI, João Gualberto conseguiu aprovar um requerimento que mira o financiamento do banco para a construção e reformas da Arena Fonte Nova. “Vamos examinar, um por um, os contratos e aditivos relativos ao estádio, para saber o quanto do dinheiro público foi e será gasto”, adiantou.>
Outras palavrasO presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), negou que condenações de prefeitos aliados a ele sejam o real motivo de sua cruzada pelo fim do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Em contato com a Satélite, ontem, Nilo garante que não defende propostas de extinção ou fusão do órgão com a Corte de Contas do estado, o TCE. “A minha divergência é em relação aos métodos do TCM. Lá, não se debate, não se diverge, não existe nem a figura do revisor, comum a todo órgão de controle colegiado. É a visão do relator e pronto”, argumentou Nilo. No entanto, admite que busca apoio dos deputados estaduais para impor mudanças no TCM. O que inclui, óbvio, a proposta de fechamento do tribunal. Para tanto, precisa dos voto de dois terços da Casa - 42 parlamentares. Número que ainda está longe de conseguir.>
Redutor de velocidadeA articulação política do Palácio Thomé de Souza tende a empurrar a votação do PDDU para 2016. A avaliação é de que não há tempo para submeter até dezembro a matéria ao plenário da Câmara de Vereadores, cuja pauta está travada desde outubro pelo impasse em torno do projeto de parcelamento do Imposto de Transmissão Intervivos (ITIV). Mesmo que haja acordo entre base aliada e oposição nos próximos dias, a prioridade dos parlamentares é a análise do Orçamento da prefeitura para 2016.Nós estamos fazendo os canais da transposição, mas o São Francisco está anêmico. Para a água chegar lá está difícilWalter Pinheiro (PT), senador da República, ao alertar, ontem, em pronunciamento no Senado, sobre os riscos causados ao rio pela seca e pela falta de obras para armazenar água.>