OPINIÃO

Sobre Ignorância, Sobre Stalin

A Ucrânia luta hoje com o delírio irracional, surdo e cruel de Putin. Os horrores perp e- trados por Stalin continuam sendo um dos capítulos mais sombrios da história e parecem que estão muito próximos da repetição

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  • Matheus Oliva

Publicado em 27 de janeiro de 2024 às 11:00

Putin
Trostki em pintura de Frida Kahlo Crédito: Reprodução

O ser humano conhece muito mais sobre a atmosfera que o protege de meteoros galáticos e o permite viver com os pés no chão do que do próprio centro da Terra que gera o magnetismo necessário para estas duas condições da vida, a protetiva e a gravitacional. Imenso intervalo da ignorância humana. Ciência é curiosidade, é evolução, em passos consecutivos, da jornada humana, praticamente eterna, desde que o mundo não se acabe. O saber científico reescreve diversos trechos da história, fantasiada por crenças, dogmas e simbolismos. Ciência exige intelecto, capacidade de pensar e visão de mundo diferenciados, próprios. É apartidária, sem ideologia. Existe a serviço da humanidade. O diabo está com o humano, mulheres e homens, quando se apropriam dela para utilizá-la como ferramenta de implantação dos seus delírios, vaidades e vícios. Ignorância holística? Bomba atômica, exemplo concreto, sinistra, temida, lançada sobre Hiroshima e Nagasaki, Japão, pelos EUA. Mortes, destruição e pavor. Onde chegou a humanidade? Força pela ciência exercida contra humanos. Criaturas de quem?

Uma terceira guerra mundial está sendo ensaiada em guerras fronteiriças, massacrantes e ignóbeis e em teatros de guerra mundo afora. Nas forças ocidentais, EUA, Inglaterra e França têm bomba nuclear ao alcance de um botão. Nas forças autocráticas, China e Russia possuem a bomba. Correndo por fora, de forma não oficial, mas todo mundo sabe: Coreia do Norte, India, Paquistão, Israel e, talvez, Irã, com fornecimento de urânio de Caetité, Bahia. Muitas bombas dos EUA estão na Europa no eixo Otan.

O que não tem ciência que resolva é a incapacidade do ser humano de abandonar seus delírios, desejos e ambições de poder. A história é pródiga em exemplos. Reinos e impérios constituídos através da carnificina com o objetivo de domínio de pessoas sobre outras pessoas. Esta seara se encontra no campo das crenças e das ideologias que alegam iluminar almas ao tempo que escurecem a visão humanista de quem ascende ao desejado poder. No seio da Revolução russa, nascida com o irascível orador Lenin e o utópico Trotski, dois ex-parceiros de luta, Lenin, o humano, morreu de causas naturais, Lenin, o mito, morreu nas mentes e corações do povo das nações pós soviéticas. Clamando e comemorando a democracia, os valores de livre iniciativa, liberdade, propriedade privada e verdadeiro progresso, as populações de Ucrânia, Estônia, Letônia, Lituânia, Moldova e Georgia, derrubaram dezenas de estátuas de Lenin. Trotski, exilado pelo próprio regime comunista que liderou a implantação, morreu com um golpe de uma trivial ferramenta, um picador de gelo, em seu crânio, em seu apartamento, no exílio, no México, em 1940. Um assassinato político com requintes de vingança, tosca e cruel como um filme de Tarantino. Seu assassino, um agente espanhol do regime, infiltrado no círculo social de Trotski, onde Frida Kahlo era figura destacada, exilou-se em Cuba. O espanhol assassino de Trotski viveu em Cuba até o fim de sua vida, protegido pelo regime Castrista, braço caribenho dos interesses Stalinistas.

A Ucrânia luta hoje com o delírio irracional, surdo e cruel de Putin. Os horrores perpetrados por Stalin continuam sendo um dos capítulos mais sombrios da história e parecem que estão muito próximos da repetição. Sem saber como são protegidos de tragédias meteóricas pelo magnetismo emanado do centro da terra, os seres humanos, seja com um picador de gelo, seja com uma bomba atômica, perpetuam tragédias. Isso a ciência não explica.

Matheus Oliva

Criador da MO - Movimento &Oportunidademo

@matheusoliva.com.br