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Osmar Marrom Martins
Publicado em 12 de junho de 2025 às 10:08
A primeira vez em que ouvi falar de Anderson Talisca, foi através de um amigo e torcedor do Bahia, Mauricio Almeida (músico e ex-divulgador da Sony Music) que me disse: Preste atenção a esse talisca. Ele joga muito. E não é que ele tinha razão? Talisca arrasou no Esporte Clube Bahia e ganhou o mundo. >
Conhecido mundialmente pelos seus dribles e gols, Anderson Talisca agora convida o público a conhecer outro lado de sua personalidade através de seu alter ego musical: Spark. O rapper lança seu álbum de estreia, “Notas”, mergulhando de cabeça em uma jornada sonora marcada por autoconhecimento, reinvenção e muita intensidade. >
Longe dos gramados do Fenerbahçe, Spark mostra que a música nunca foi apenas passatempo: é expressão visceral. No disco, ele transita com fluidez entre R&B, trap e elementos urbanos, misturando beats pulsantes com letras que falam de desejo, saudade, luxo e relações complexas. >
Anderson Talisca é jogador e músico
Para conhecer mais um pouco dessa personalidade, entrevistei o jogador Talisca ou Spark. Numa conversa leve e descontraída ele respondeu à todas as perguntas. Falou como consegue se equilibrar entre a música e o futebol; sua preferência musical e claro sobre o Bahia, um sonho da torcida em tê-lo de volta quando foi taxativo: “Voltar um dia seria especial, claro, mas no momento estou focado no Fenerbahçe, em ajudar e conquistar títulos pelo clube”.>
CORREIO -Você começou no futebol e agora também investe na música. Como você consegue conciliar essas duas vertentes? >
ANDERSON TALISCA - Acho que o maior desafio é manter a constância, sabe? Porque são dois mundos muito diferentes. No futebol é um foco, uma rotina puxada… e na música é outra vibe, mais criativa, mais emocional. Mas o segredo está em saber o que você quer entregar, ter clareza do que você quer comunicar com a sua arte. Eu vou gravando sempre que posso, buscando evolução, para conseguir lançar algo verdadeiro, que tenha a minha identidade. >
CORREIO - Como está esse seu novo trabalho que você está lançando. Tem alguma aposta especial? >
ANDERSON TALISCA - Tô muito animado com esse novo trabalho! Tem umas faixas que eu sinto que vão tocar fundo nas pessoas. Tô trazendo mais da minha essência, misturando R&B com trap, aquele toque mais pessoal, mais verdadeiro. E além do estúdio, tô muito feliz também com as apresentações que tô fazendo no Brasil. Sentir essa energia da galera de perto, ver a conexão com as músicas, é algo que me motiva ainda mais a seguir nesse caminho. >
CORREIO - Você já ficou, em dúvida alguma vez, sobre optar pelo futebol ou música? >
ANDERSON TALISCA - Não. Desde moleque, a música mexe comigo, que me fazia sonhar. Mas foi o futebol que abriu as portas, que me deu a chance de mudar a realidade da minha família, de conquistar coisas importantes. Hoje, eu consigo equilibrar os dois: sigo firme no campo e, fora dele, tô no estúdio, criando. Não misturo os mundos, mas também deixo claro que música não é passatempo. É parte de quem eu sou, da minha identidade mesmo. >
CORREIO - Quais são as inspirações de Talisca na música e no futebol? >
ANDERSON TALISCA - Meu ídolo no futebol é o Rivaldo, gosto demais dele. Acho que a gente tem algumas características parecidas no estilo de jogo. Já na música, eu não tenho muito ídolo no rap. Escuto tudo. Tem artistas que eu gosto muito, como Chris Brown, PartyNextDoor, e até uns sons nacionais tipo Matuê, MC Cabelinho, Oruam… Gosto dessa mistura, dessa identidade forte que cada um tem, mas não tenho um ídolo. >
CORREIO - Dizem que o baiano sai da Bahia mas a Bahia não sai do baiano. Como você faz para matar a saudade da sua terra estando distante? >
ANDERSON TALISCA - Ah, a Bahia mora em mim, não tem jeito. Sempre que posso, tô lá em Feira de Santana, revendo minha família, meus amigos, comendo aquele tempero que só a Bahia tem. A saudade bate, mas o coração segue conectado. >
CORREIO - Qual seu gênero musical preferido? E no axé music quem você curte? >
ANDERSON TALISCA - Gosto muito das batidas, gosto muito do R&B, gosto muito do trap, do rap…E sobre axé music é difícil escolher, viu? A Bahia tem tanta gente talentosa no axé que é até injusto citar um nome só. Eu prefiro ficar curtindo todos, cada um tem sua vibe. >
CORREIO - Talisca prefere Carnaval ou São João? >
ANDERSON TALISCA - Rapaz… difícil essa, né? (risos). As duas são boas demais, principalmente lá em Feira. O Carnaval é energia, alegria pura, mas o São João tem aquele clima de família, forró, fogueira… Eu gosto das duas festas, cada uma com sua vibe. Não tem como escolher só uma, não. >
CORREIO - A pergunta que não quer calar: quando você volta para o Bahia? >
ANDERSON TALISCA - Tenho um carinho enorme pelo Bahia, foi onde tudo começou pra mim. Voltar um dia seria especial, claro, mas no momento estou focado no Fenerbahçe, em ajudar e conquistar títulos pelo clube. >