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Aninha Franco
Publicado em 22 de abril de 2017 às 08:16
- Atualizado há um ano
Além de velho, corrupto, ineficiente, incompetente, o Brasil está chato, animado – de anima, alma – praticamente pelas delações da Lava Jato! A única coisa que movimenta o interesse no Brasil, hoje, são as delações. Mesmo assim, a melhor de todas já rolou, a delação Odebrecht, que ofuscou completamente a delação Feira & Xepa. Como é que João Santana, um homem de marketing, entrega seu momento de glória delatando logo depois de Emílio e Marcelo Odebrecht? O resultado foi uma delação completamente xoxa e óbvia que não saiu da Caixa Dois.
Léo Pinheiro reanimou a arena contando que Lula é Brahma, que Lula é o dono do Sítio de Atibaia, do triplex de Guarujá e que mandou ele, Léo, destruir algumas provas de propinas. Lula já negou, mas convenhamos que, atualmente, Lula nega até que é Lula! Imaginem se vai assumir que é Brahma, o número um da rapinagem. Como o Brasil não consegue criar nada que interesse à população além das delações, aguardemos a próxima delação, a de Palocci que, finalmente, soltará a língua para contar como o dinheiro recolhido pelo Italiano das planilhas, ele, era repartido. E oremos para que a delação inclua a propriedade do apartamento de sete milhões que obrigou Rousseff a demiti-lo. Chega de patifarias pendentes! Rousseff, aprendiz de Lula, também nega tudo! Nega as delações no Brasil e no exterior com os mesmos argumentos: “É golpe!”, “Fora Temer!”, “Eu sou a presidente constitucional do Brasil”, “Nas duas eleições, minha orientação sempre foi clara e direta para que fosse respeitada a legislação eleitoral em todos os atos de campanha. Nunca tive conhecimento de que minhas ordens tenham sido desrespeitadas”. Com esses argumentos e o uso excessivo do advérbio não, Dilma diz que os Odebrecht mentem, que Feira & Xepa mentem porque ela, a presidente constitucional do Brasil, não foi eleita com Caixa Dois como delatado. Mas as tornozeleiras dizem outras coisas. E há, ainda, os admiradores de Lula, do Brahma, do número um, que acreditam nas delações parcialmente, apenas quando elas delatam os políticos do PSDB e do PMDB. Esses discípulos continuam dizendo que Lula, o Pelego-Mor, que Lula & Dilma & o PT & o Fora Temer tiraram milhares de brasileiros da pobreza, ignorando que os brasileiros que saíram da pobreza pra ela já voltaram, e que outros milhares de brasileiros perderam seus empregos – 13 milhões -, seus negócios, suas criações artísticas significantes para o desemprego, a desesperança e para essa grande merda em que o Brasil se transformou com a mentira e o populismo lulopetistas. E além das delações, nada. As delações alimentam as notícias, as delações são os conteúdos das discussões, e ao redor das delações resta um grande vazio de ideias, de projetos e de pensamento. A Bahia, que está no topo da corrupção contemporânea, território da Odebrecht e da OAS, terra natal de Duda Mendonça, de Feira e de Xepa, não consegue produzir uma programação sedutora que provoque conversas inteligentes nos fins das noites. Alguma coisa que afaste os soteropolitanos do estado de indignação e/ou alienação permanentes em que se encontram.
Aninha Franco é escritora e pensadora