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Victor Uchôa: a Copa do Mundo e o chifre importado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2014 às 03:29

 - Atualizado há 3 anos

Que me perdoem as mulheres, de longe os seres mais encantadores que já pisaram sobre a terra, mas este texto é para os homens. Sim, é isso mesmo. Este texto é pra você, companheiro, que anda com o olho meio pesado, a cabeça um tanto dolorida e um zunido insuportável no ouvido.

Se você pensou que tudo isso é por causa da mudança de tempo, errou. Existe a chance de ser dengue, mas, meu amigo, é preciso encarar a perfurante verdade: é mais provável que seja o chifre se manifestando.   

Sabe o que acontece? A Copa do Mundo vem aí, falta só um mês e uns quebrados, e se você é desses otários que, como eu, fazem questão de assistir a todos os jogos – eu falei todos os jogos -, há grande possibilidade de a coisa inchar pro nosso lado. Por óbvio: são 64 partidas da abertura até a final. Fazendo as contas, isso vai dar 5.760 minutos regulamentares de futebol na TV ou no estádio, sem contar acréscimos e eventuais prorrogações e disputas de pênaltis – além, é claro, da cervejinha de antes e depois com a galera.

É difícil aceitar, eu sei, mas não dá pra brigar com os números. Excetuando aquelas parceiras de toda obra, que colam contigo até num famigerado Irã x Bósnia, na Fonte Nova, enquanto você finge que conhece os atletas em campo, as esposas, namoradas, ficantes, amantes, paqueras, casos e sei lá mais quem terão, por baixo, 96 horas livres para flanar por aí. É melhor nem pensar no que uma mulher pode fazer com 96 horas livres.

Entenda, meu irmão, a culpa não é delas. A culpa é nossa. Somos nós que pegamos o dinheiro das férias e, em vez de fazer uma gracinha para a mulher amada - nem que fosse um final de semana ali em Itacimirim –, preferimos comprar uma TV de plasma slin power taken plus pra ficar que nem uns abestalhados no sofá assistindo Equador x Honduras.  

Enquanto isso, as moças encontram outras moças largadas pelos companheiros e vão dar uma merecida volta. No caminho, se deparam com marmanjos menos afeitos ao jogo da bola e, pior, com os gringos que vêm em bando procurar gaiatice durante o Mundial.

Não é que os estrangeiros sejam melhores do que nós em qualquer departamento, longe disso. Mas, por aqui, eles estarão na mesma situação que você naqueles tempos em que descia com a galera para a Cavalgada de Ribeira do Pombal, a Festa do Divino de Andaraí ou a Micareta de Santana, lá no faroeste baiano. Você com certeza lembra: carne nova no pedaço larga em vantagem!

De uma coisa, pode ter certeza: um alemão que despencar de Munique até aqui só está ligando para o jogo da sua seleção contra Portugal, na Fonte Nova, e para a farra. O mesmo vale para espanhóis, holandeses e afins, o que significa que os sacanas terão bastante disponibilidade para dar atenção as nossas belas mulheres carentes de afeto. Preocupante.

Uma dica: não vá procurar chiada agora, querer obrigar a companheira a ficar do seu lado durante um Argélia x Coreia do Sul ou insinuar que ela não pode sair para ver o mundo. Minha sugestão é que você dê bastante atenção antes do pontapé inicial, faça as vontades e tenha uma dose extra de paciência para perguntas sobre impedimento e lei da vantagem.

Com alguma sorte, você ganha espontaneamente uma boa parceira para as horas de bola rolando – e a melhor companhia para depois do apito final.

Má notícia Acordamos ontem com a notícia da morte do jornalista João Carlos Sampaio, "nesta ordem, torcedor do Vitória, crítico de cinema e fã de super-heróis", como ele mesmo dizia. Os textos finos de João em A Tarde farão falta, mas o ser humano gentil e de boas ideias fará bem mais. Perdemos todos.

Vou ali Termino esta coluna e saio de férias. Voltamos a nos ver durante a Copa, de preferência com boas histórias. Até!