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Victor Uchôa: o craque vestido de cortina

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2014 às 04:38

 - Atualizado há 3 anos

Nada entendo de moda. Quer dizer, diferentemente de alguns jornalistas, nada entendo de milhares de assuntos, por isso me abstenho de muitos debates. Mas, numa escala de compreensão, talvez eu saiba mais sobre Física Quântica e Engenharia Aeroespacial do que sobre moda.

Confesso ser daqueles que só conhecem as cores primárias e suas variações já enraizadas no senso comum. Admito, por exemplo, a distinção entre azul-claro, azul-escuro e azul-marinho - mais do que isso é demais pra minha cabeça. Por causa desta ignorância, volta e meia tomo uma rasteira quando ouço falar de umas cores, digamos, inovadoras.

Quer ver um negócio? Gabriela Cruz, editora do caderno Bazar do CORREIO, acaba de me soprar que a cor do ano de 2014 para a moda chama-se orquídea radiante - e eu aqui achando que orquídea não passava de uma flor invocada e que radiante era um estado de espírito, como bem lembrou a colega Clarissa Pacheco. Fui ao Google e constatei que a orquídea radiante, de acordo com meus olhos míopes, também poderia ser chamada de lilás. Mas, veja, esta é uma simplificação feita por quem nada entende de moda.

Ocorre que ninguém precisa entender de moda para ter fixado a visão no smoking vinho em que Lionel Messi apareceu na premiação da Bola de Ouro da Fifa. O português Cristiano Ronaldo foi escolhido o melhor jogador do mundo em 2013, mas a esta altura deve estar retado porque, quando ele enfim consegue superar o argentino na bola, perde num quesito em que sempre fez questão de mostrar bom desempenho: o fashionismo (é assim que escreve?).

Até Gabi, que com alguma frequência tenta me explicar umas “tendências”, achou a roupa do craque do Barcelona “excêntrica” - o adjetivo foi ela quem deu. Depois, foi didática: “A alfaiataria masculina moderna é toda ajustada ao corpo. Não sobra pano. Então o corte do smoking dele está bem contemporâneo, bem atual. Mas a cor e o brilho foram demais né?”.

Não é a primeira vez que Messi chama atenção por causa da roupa e não dos golaços. Em novembro do ano passado, quando foi receber a Chuteira de Ouro (premiação para o maior artilheiro das ligas europeias), o atacante se apresentou com um paletó de veludo e estampa floral (o veludo foram os sites que disseram). Antes disso, no início de 2013, quando ganhou sua quarta Bola de Ouro, Messi foi à cerimônia metido num “Smoking de Poá”, nas palavras de Gabi. Lá no baba da praia, o smoking de poá é mais conhecido como terno de bolinha.

Por um momento, achei que Messi estava recebendo consultoria da filha de Dunga. Você deve lembrar das indumentárias que o capitão do tetra usava ao virar técnico da Seleção Brasileira. Na época, Dunga revelou que os modelos eram escolhidos pela filha, então estudante de Moda, mas acho que depois ele notou o quanto a “divulgação” estava atrapalhando a moça.

O fato é que me enganei. O smoking vinho de Messi é assinado por Dolce & Gabbana. Na imprensa europeia, a conversa é que o jogador matou coisa de 1 milhão de euros da grife italiana para usar o traje no evento da Fifa. Um milhão de euros!

Cá entre nós: por bem menos, eu também iria a qualquer festa de gala vestido com aquela cortina de cabaré.

De volta Bahia e Vitória voltam a campo amanhã. Entre apostas e jogadores mantidos, tomara que o ano seja bom. E tomara que nenhum dos dois me apareça com um uniforme azul carreteiro ou vermelho spectro - outras cores que acabo de descobrir que, pode não parecer, mas existem.