Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Ele diz que pessoas de bem pagam preço, com comércio do bairro na sexta semana de fechamento
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 11:38
- Atualizado há um ano
O prefeito ACM Neto voltou a criticar as festas paredão que continuam acontecendo no Nordeste de Amaralina. Nesta segunda-feira (17), durante inauguração de um gripário em Pau Miúdo, Neto afirmou que "infelizmente as pessoas de bem acabam pagando preço pelos irresponsáveis", lembrando que o bairro está na sexta semana sob intervenção da prefeitura, com comércio fechado, em ação com restrições para combater o novo coronavírus.
"Não é porque o pior já passou que vamos poder relaxar. No final de semana, vimos algumas cenas em nossa cidade que são absolutamente lamentáveis. A começar por mais paredão no Nordeste de Amaralina. Aí depois alguns vão dizer que o culpado pelo fechamento do comércio é o prefeito. Infelizmente, culpado é quem irresponsavelmente vai pra rua, liga som alto, promove aglomeração, faz festa como se nada estivesse acontecendo. Não é possível que essas pessoas estejam se lixando para os milhares de mortes que temos em Salvador e no Brasil", afirmou o prefeito.
Ele destacou que mesmo após tanto tempo de ações no bairro, o índice de casos positivos para a covid-19 nas testagens por lá não caem para menos de 34%."Sexta semana seguida com a operação de proteção à vida, obrigando fechamento do comércio, das atividades econômicas. Por que será? Porque infelizmente alguns irresponsáveis, insensíveis, vão pra rua no final de semana fazer paredão, fazer festa, e claro, estão ali, num prato cheio para multiplicação do coronavírus. Então, infelizmente as pessoas de bem acabam pagando preço dos irresponsáveis. O comércio que tá fechado paga o preço dos irresponsáveis que fazem paredão", disse.
Embora a fase crítica tenha passado e não haja risco iminente de colapso no sistema de saúde, é preciso responsabilidade para não colocar "tudo a perder", sinalizou o prefeito. "É o nosso trabalho. mas se acontecer isso, a gente vai jogar tudo fora. Todo esse esforço tremendo, esse preço altíssimo que a cidade pagou e continua pagando, porque existem atividades que ainda não voltaram, não estão funcionando plenamente", lembrou.
Neto lembrou que precisa de ajuda da Polícia Militar para dispersar paredões. "Se a polícia nos der o suporte, nós vamos fazer", afirmou. Bares e restaurantes da cidade que mantenham protocolo dentro mas provoquem aglomeração do lado de fora serão interditados, sinalizou.
Na última semana, comerciantes do Nordeste protestaram e pediram pela reabertura do bairro. "O Nordeste parou, queremos trabalhar", cantam eles no local. O fluxo de carros da rua foi interrompido. "Qual significado da palavra lockdown? Por que um comerciante pode funcionar e outro não?", questiona um deles.
Praias Na coletiva, o prefeito também descartou liberar as praias agora. "Só vamos começar a cogitar isso depois que completarmos 15 dias da abertura da segunda fase. Daqui a uma semana começaremos a avaliar a hipótese, não quer dizer que vai abrir, de utilização das praias.A ntes disso, não. A gente vai dar esse tempo pra ver como a taxa de ocupação das UTIs se comporta", sinalizou.
Ele afirmou que é a mesma situação das escolas, que só terão possível retorno analisado daqui a uma semana. "Até mesmoa terceira fase, porque temos algumas atividades na terceira fase que poderão ser autorizadas a partir da próxima semana, porém outras não serão", disse, afirmando que o momento é de priorizar a retomada segura da atividade econômica. "Implica em não liberar tudo de uma vez só. Em termos cautela e nos casos das praias mais paciência".
Questionado sobre um protesto de donos de auto-escolas previsto para ocorrer hoje, Neto afirmou que por enquanto não vai autorizar o retorno. "Compreendo dificuldade dos donos de auto escola. O problema é o seguinte: tem que aguardar um pouco, pra gente conseguir iniciar a terceira fase e ver o que a gente vai poder permitir nesses cursos. Tem vários cursos livres pedindo para voltar. Curso de formação de segurança, que é importante. Curso de informática. Curso de balé. Aula de boxe. Tênis e por aí vai. Poderia citar vários para você. Mas a gente tem que ter um critério, para não ser o 'liberou geral", afirmou. "Não dá para ficar com a sensação que tá tudo resolvido, que não tem mais coronatívus, que está tudo bem. Ainda estão morrendo de 10 a 15 pessoas todos os dias em Salvador. É muita gente".