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Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 13:57
- Atualizado há 2 anos
Manaus vive novamente uma situação grave, com fim do oxigênio em algumas instituições médicas, segundo relatos divulgados na Folha de S. Paulo. A situação é dramática na capital do Amazonas, que também viveu uma primeira onda forte de covid-19 e volta a se ver em meio a uma crescente de casos.>
"Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", diz o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia. "Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes", acrescenta.>
Sylvio Puga, reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), instituição que administra o hospital Universitário Getúlio Vargas, e outros profissionais de saúde da cidade confirmaram a situação. >
No hospital, uma profissional de saúde disse em meio a lágrimas que os pacientes estão sendo "ambuzados" - recebendo o oxigênio de forma manual, pois os respiradores não têm mais oxigênio. Ela detalhou que cada profissional consegue ambuzar um paciente por um máximo de 20 minutos, tendo depois que passar o lugar a outro técnico, numa rotina arriscada e cansativa.>
Segundo Sylvio Puga, por falta de oxigênio os pacientes estão sendo atendidos com ventiladores mecânicos, que precisam de apoio de uma pessoa para funcionar. >
O aumento de vagas no hospital foi um dos anúncios feitos pelo ministro Eduardo Pazuello, que passou 3 dias na capital do Amazonas para testemunhar a situação. Mesmo assim não há vagas para todos. Muitos pacientes que não conseguem uma vaga vão para casa e familiares buscam reabastecer cilindros de oxigênio alugados, nem sempre com sucesso. >
Pelo menos 30 pacientes com covid-19 que estão internados no HUGV serão transferidos para o Hospital Universitário de Teresina, no Piauí, ainda nesta quinta (14).>
Na terça, o presidente Jair Bolsonaro responsabilizou o prefeito de Manaus e o governo do Amazonas por "deixar acabar" o oxigênio para os pacientes com covid-19. >
Decreto Diante da situação da cidade, o governador Wilson Lima anunciou hoje um decreto que proíbe a circulação de pessoas em Manaus entre 19h e 6h. Todas as atividades, exceto as essenciais, estão proibidas de abrir. As medidas incluem a suspensão do transporte coletivo de passageiros entre rodovias e rios do estado. >
O governador também disse que o Estado entrou com ação na Justiça para que a empresa fornecedora de oxigênio garanta o abastecimento nas unidades de saúde.>