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Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 15:28
- Atualizado há 2 anos
Após a análise preliminar que comprovou até 90% de eficácia contra o coronavírus, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca – e que testa cerca de 1,5 mil voluntários na Bahia – submeterá os resultados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pedirá autorização para o uso emergencial do imunizante no Brasil. As informações são do jornal O Globo.>
Essa é a quarta candidata a vacina em fase avançada de testes, no mundo, a apresentar resultados preliminares de eficácia, mas é a única delas que já tem acordo fechado com o governo federal para compra e distribuição no Brasil. >
Representantes de Oxford e da AstraZeneca devem ter uma reunião na tarde desta segunda-feira (23) com Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Anvisa.>
Janeiro Caso seja aprovada pela Anvisa, a vacina deve chegar à população brasileira já em janeiro de 2021. Segundo a coordenadora nacional dos ensaios clínicos da vacina de Oxford, Sue Ann Costa Clemens, além da autorização do órgão federal é preciso que as 30 milhões de doses esperadas para janeiro cheguem ao país. >
A partir do ano que vem, com a transferência de tecnologia acordada entre Oxford/AstraZeneca e o governo brasileiro, a Fiocruz deve começar a produzir o imunizante.>
Ainda segundo O Globo, também pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), parceira do estudo de Oxford, Costa Clemens diz que a dosagem a ser aplicada na população será a mesma que demonstrou a mais alta eficácia constatada nos estudos: meia dose na primeira aplicação, e uma dose inteira na segunda.>
Isso, ressalta a cientista carioca, fará com que 30% a mais de doses sejam distribuídas à população, tornando a vacinação em massa mais barata. Segundo ela, o preço do imunizante de Oxford também é o mais baixo de todas as vacinas eficazes conhecidas até agora — US$ 3 dólares cada dose.>
Além disso, a vacina ChAdOx1 nCoV-19 é uma versão enfraquecida de um vírus do resfriado comum (adenovírus), técnica já utilizada em outros imunizantes e que não requer refrigeração em freezers. Ela pode ser armazenada a temperaturas que vão de 2 a 8 graus Celsius, o que torna a logística de distribuição e armazenamento mais acessível.>
“Em qualquer sistema de saúde no mundo você tem essas geladeiras. É uma notícia muito boa, porque se trata de uma vacina de fácil acesso”, afirmou Costa Clemens ao O Globo. >
“A outra coisa superimportante é que temos uma indicação precoce, já que os dados são preliminares, de que a vacina poderia reduzir a transmissão do vírus, não só protegendo contra a doença, mas impedindo a infecção. Aí você está ajudando realmente a parar a pandemia”, complementou.>
A cientista, responsável pela vacinação de 10,3 mil voluntários brasileiros, afirma ainda que não houve casos graves nem de hospitalizações dentre as pessoas que tomaram o imunizante de Oxford. >
No mundo inteiro, já há mais de 30 mil voluntários envolvidos nos ensaios clínicos da ChAdOx1 nCoV-19. Além de Brasil e Reino Unido, participam das pesquisas Estados Unidos, África do Sul, Quênia, Japão, Índia e Rússia. >
Testes na Bahia Até a segunda semana de agosto, a vacina de Oxford já havia testado mais de 700 baianos de um total de 1,5 mil voluntários no estado. Ao todo, 5 mil em todo o Brasil, parte deles recebendo doses do potencial imunizante para a covid-19 ou do placebo, que é a vacina da meningite.>
Os voluntários na Bahia foram selecionados desde a abertura das inscrições para os soteropolitanos, no dia 11 de julho. Quem foi vacinado não sabe qual dose tomou. >
Os pesquisadores do Instituto D’Or, que coordena os estudos em Salvador, vão acompanhar os voluntários durante um ano, pelo menos, no Hospital São Rafael, que pertence ao grupo.>