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Crítico literário, ensaísta, poeta, professor e ator, Décio Torres Cruz vai ocupar vaga que era de Cid Teixeira
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 18:19
- Atualizado há um ano
Fumaça branca na Academia de Letras da Bahia: está definido o novo ocupante da cadeira de número 19, que pertencia ao historiador Cid Teixeira, guardião da memória da Bahia, falecido em dezembro de 2021.
O escritor Décio Torres Cruz foi eleito para o seu lugar na Academia de Letras da Bahia, com 24 votos, em eleição que aconteceu no final de tarde desta quinta-feira (11).
'É uma honra fazer parte dessa Academia prestigiosa e centenária, por onde passaram diversas pessoas ilustres e que hoje abriga pessoas por quem eu tenho grande admiração e respeito. Me sinto muito honrado por suceder a cadeira antes ocupada pelo grandioso historiador Cid Teixeira. É uma cadeira muito representativa", disse Décio ao CORREIO.
Décio Torres Cruz é crítico literário, ensaísta, poeta, contista, professor, pesquisador, tradutor e ator de teatro. Além de poemas e contos, publicou vários ensaios sobre diferentes temas e contribuiu para pesquisas acadêmicas nas áreas de estudos de adaptação, linguística aplicada, estudos culturais, análise do discurso, estudos pós-coloniais, línguas inglesa e portuguesa, ensino de inglês, estudos de cinema, literatura, teoria literária, metodologia, estudos shakespeareanos e tradução.
Nascido em Sátiro Dias, na Bahia, é filho de Irineu José da Cruz e Durvalice Torres da Cruz, morou com os irmãos na fazenda dos pais até os 7 anos, quando sua família se mudou para Alagoinhas, uma cidade maior, mais próxima da capital e com melhores oportunidades de estudo.
"Criamos muita expectativa para o evento a partir do momento em que o nome é indicado. Fazer parte de uma Academia que representa a arte, cultura e história de um Estado é de grande prestígio para qualquer pessoa. Mas, também, é uma grande responsabilidade de assumir compromissos em nome da preservação da cultura, literatura e leitura", disse o novo membro.
Ex-bolsista da Fulbright, obteve seu Ph.D. em Literatura Comparada na State University of New York (SUNY) em Buffalo, EUA. É mestre em Teoria da Literatura, especialista em Tradução e bacharel em Letras/Língua Estrangeira, com concentração em língua e literaturas de língua inglesa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Décio fez estágio pós-doutoral na Inglaterra, com bolsa do CNPq. Contribuiu por muitos anos como ensaísta e articulista para o Caderno Cultural do Jornal A Tarde e ainda colabora com o Caderno 2.
Além de ter publicado trabalhos no Brasil, também lançou projetos na Holanda, Inglaterra, Itália e EUA. Embora aposentado da UFBA e da UNEB, continua atuando nos cursos de pós-graduação da UFBA.
A Academia de Letras da Bahia foi fundada em 7 de março de 1917 no modelo da Académie Française e da Academia Brasileira de Letras, com quarenta cadeiras numeradas, cada uma com o respectivo patrono permanente e imutável, quarenta membros efetivos e vinte correspondentes, todos vitalícios. A data escolhida para a fundação homenageava a Academia Brasílica dos Esquecidos, primeira academia de letras do Brasil, instituída na Bahia em 7 de março de 1724.
Entre os membros atuais, estão nomes como o professor Muniz Sodré, Lia Robatto, Edvaldo Brito e Yeda Pessoa de Castro.