Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2011 às 09:39
- Atualizado há 2 anos
Victor Longo|Redação CORREIO>
Qual o tipo de pão? Quinze ou 30 centímetros? Qual o sanduíche? Queijo cheddar, prato ou suíço? Alface, tomate e cebola? Pimentão, azeitona e picles? Qual o tipo de molho? Cada vez mais no cotidiano do brasileiro, essas perguntas têm tomado shoppings, supermercados, postos de gasolina, praças de alimentação e esquinas de 150 cidades e 23 estados do país, além do Distrito Federal, revelando uma fórmula de sucesso no setor de alimentação. >
Situada entre as melhores marcas para investir em franquias por publicações internacionais do ramo, a rede de sanduíches fast food Subway apostou na simplicidade como principal ingrediente e deu a volta por cima no mercado brasileiro, depois de anos sem êxito. >
A fórmula não é complicada: a ideia de uma alimentação menos calórica e mais saudável, que os fast foods convencionais não oferecem, aliada aos sanduíches customizados - cada cliente monta o seu - tem agradado muito aos consumidores. Como é o caso da estudante de Psicologia Carolina Rangel, 26 anos. “Aqui é mais saudável e mais gostoso”, garante, explicando porque preferiu almoçar na Subway do Rio Vermelho, em vez de ir ao McDonald’s que fica ao lado.>
FRANQUIAS Franqueado da rede Subway, Matheus Matos já abriu duas lojas e pretende investir em outras no futuro. “Com a Subway, abri meu próprio negócio e valeu muito a pena”, assegura. As investidas de Matos foram possíveis graças à implantação de um programa de franquias menos custoso, que garantiu o sucesso do grupo, aliado a um sistema de operação simples e rápido - como mandam as regras deste tipo de lanchonetes. >
“Hoje, abrir uma franquia da Subway custa a partir de R$ 200 mil. Como temos aberto lojas menores, acima de 25 metros quadrados, o gasto com manutenção é mais baixo. Também é preciso contratar menos, já que a operação é simples. Os vendedores só manipulam os alimentos para compor os sanduíches, colocar no forno rápido e pronto”, detalha o agente de desenvolvimento da Subway na região Nordeste, Frederico Lanat. Outro ponto fundamental para o êxito foi a contratação de executivos que mantêm vínculo direto com a matriz, nos Estados Unidos. Os chamados agentes de desenvolvimento, como é o caso de Lanat, são responsáveis por coordenar os franqueados, bem como as ações do grupo em determinada região, com as orientações internacionais. >
CRESCIMENTO A mudança garantiu o crescimento da marca no país nos últimos oito anos, apesar de ter chegado ao Brasil em 1994. De cerca de 40 lojas no final da década de 90, a Subway fechou 2002 com só duas em atividade. Abrindo lojas dentro de postos de gasolina e até de hipermercados, o grupo superou o McDonald's em número de restaurantes no mundo em 2010 e pretende ser líder no Brasil já no final deste ano, chegando a 750 lojas - hoje são 590. O ritmo é acelerado: a rede abre 12 lojas por mês. No Nordeste, a ideia é pular de 105 para 125 unidades até o fim do ano.>
O agente de relações públicas do grupo em Connecticut (EUA), Les Winograd, assegura que crescer mais no Brasil é prioridade. Para tanto, a Subway quer atrair as classes C e D com promoções cada vez mais agressivas, como a do sanduíche de peito de frango, que hoje sai a R$ 4,95 (os outros custam R$ 8, em média). O público cativo da rede é jovem, costuma ter entre 16 e 40 anos, mas ainda é predominantemente das classes A e B.>
Procurado pelo CORREIO, o McDonald’s, principal concorrente da Subway, informou estar atento e investir constantemente em “inovações do cardápio, como a redução de gordura trans”.>
Clientes: atendimento tem falhasConsumidores ouvidos pelo CORREIO apontam o atendimento como o ponto fraco da Subway. Mas, os gestores garantem que o treinamento de funcionários é um dos focos de investimento para os próximos anos. A publicitária Tiana Duarte, 28 anos, costuma ir à Subway e gosta dos produtos, mas enumera os problemas. “É comum que os atendentes façam os sanduíches de qualquer jeito ou olhem com cara de quem não quer estar ali para o cliente”. Quem concorda com ela é a funcionária pública Célia Cavalcanti, 49, entrevistada enquanto almoçava no McDonald’s do Rio Vermelho. “Preferi aqui porque os funcionários da Subway não são muito bem treinados e te atendem mal”. Ela confessou, porém, que não gosta do sanduíche do McDonald’s. “Hoje, nosso foco é o treinamento de nossos atendentes”, destaca Frederico Lanat, agente de desenvolvimento da Subway.>