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Carmen Vasconcelos
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 15:55
A Feira Quilombola, um dos grandes destaques do Festival Cultural e Gastronômico daOstra, reúne quase 1.000 empreendimentos já cadastrados, dos quais 60 são selecionados para participar presencialmente. As iniciativas vão do artesanato à gastronomia, passando por biojoias, agricultura familiar e produtos criativos. A diversidade impressiona: em sua maioria, os empreendedores são mulheres quilombolas e extrativistas, que imprimem em cada peça identidade, saberes ancestrais e valores culturais.>
Esse protagonismo também se reflete no impacto econômico. Em apenas dois dias de evento, a feira chega a movimentar cerca de R$ 90 mil, gerando renda, segurança alimentar e melhoria da qualidade de vida para as comunidades. A procura reforça a força do afroempreendedorismo: nesta edição, as inscrições se esgotaram em menos de 15 dias. Um exemplo emblemático é a ostra, símbolo do festival. Antes desvalorizada, passou a ser reconhecida como um produto nobre, com alto valor agregado. >
Hoje, o cultivo de ostras garante trabalho e renda a mais de 80 famílias quilombolas da Bacia e do Vale do Iguape, fortalecendo também a identidade gastronômica do Recôncavo. Parte desses empreendedores é vinculada ao Cesol (Centro Público de Economia Solidária da Bahia), parceiro estratégico que fortalece redes de apoio e impulsiona práticas de comércio justo. Essa articulação ganha ainda mais potência com a circulação da moeda social Sururu, utilizada em toda a feira, estimulando a valorização da produção local e promovendo um modelo de desenvolvimento comunitário e sustentável.>
Para Ananias Viana, liderança quilombola da região, o festival ultrapassa a dimensão cultural:“O Festival da Ostra é mais do que uma festa gastronômica: é a afirmação da nossa identidade, a valorização do nosso território e uma forma de mostrar que tradição e futuro caminham juntos no quilombo.”>
Reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial de Cachoeira, o Festival da Ostra consolida o afroempreendedorismo como uma ferramenta essencial de emancipação econômica, resistência cultural e transformação social no Recôncavo Baiano.>
Mais sobre o Festival>
Com mais de uma década de existência, o Festival Cultural e Gastronômico da Ostra se consolida como uma experiência que vai além do paladar. Entre apresentações musicais,oficinas e rodas de conversa, os visitantes são conectados à riqueza da cultura quilombola. Ao mesmo tempo, a feira de economia solidária celebra a criatividade e o trabalho das comunidades locais. Entre os sabores autênticos das ostras cultivadas na Bacia do Vale do Iguape, o público é convidado a participar de atividades que despertam a curiosidade,incentivam o turismo étnico e estimulam a reflexão sobre sustentabilidade e preservação ambiental.>
Criado em 2009, o Festival já reuniu milhares de pessoas em suas edições e se tornou referência por promover a economia solidária e valorizar o cultivo de ostras, atividade que garante renda a dezenas de famílias quilombolas do Recôncavo. A cada edição, a celebração fortalece o turismo comunitário e amplia a visibilidade das tradições locais.>
O 17º Festival Cultural e Gastronômico da Ostra é apresentado pela TAG, Petroreconcavo e Governo da Bahia. Uma realização da Rede AMO, idealização do CECVI e Rota da Liberdade, com patrocínio da TAG e Petroreconcavo, através da Lei de Incentivo à Cultura, Fazcultura, Secretaria da Cultura e Secretaria da Fazenda.>
PROGRAMAÇÃO COMPLETA>
Sexta-feira – 10 de outubro (evento fechado para lideranças quilombolas e convidados)>
• 09h – Abertura com Juvani Viana (Yalorixá Terreiro 21 Aldeia de Mar e Terra)e Ananias Viana (Conselho Quilombola da Bacia e Vale do Iguape)>
• 10h30–12h – 11º Encontro de Lideranças Quilombolas do Recôncavo:Discussão da Carta Quilombola>
• 14h – Avaliação da Carta Quilombola e encaminhamentos>
• 17h – Encerramento>
Sábado – 11 de outubro>
• 09h – Abertura oficial com Yalorixá Juvani Nery Viana Jovelino>
• 10h50 – Roda de Prosa: Agricultura Familiar – Raízes da Terra e o Futuro da Alimentação>
• 11h – Oficinas simultâneas (inscrição no local):>
• Construção de apetrechos e manejo de ostras e sururu>
• Gastronomia – Restaurante É d’ Oxum>
• Turismo Étnico Comunitário – Alberto Viana (Rede Batuc)>
• 13h – Ajeum de Vunji: caruru com moqueca de ostra e ostra empanada (R$ 50)>
• Durante todo o dia – Feira Territorial de Economia Solidária e circulação da moeda local Sururu>
• Apresentações musicais e culturais:>
• Yaya Muxima>
• Suspiro do Iguape>
• Ilê Aiyê>
• Thomé Viana e Banda Ragga>
• Sempre Envolvente>
• Samba Trator>
• Anna Catarina>
Domingo – 12 de outubro>
• 10h – Recreação infantil: Papo Reto – Criança e Juventude: Envolver para Desenvolver (com Arilson Roque Bonfim)>
• 11h – Ações simultâneas>
• 12h – Gastronomia Quilombola: arroz, feijão fradinho, farofa de dendê com moqueca de ostra e ostra empanada (R$ 40)>
• Apresentações musicais e culturais:>
• Samba Maragogô>
• Desfile Afro>
• Escandurras>
• Magno Mendes>
• Silvano Salles>
SERVIÇO>
17º Festival Cultural e Gastronômico da Ostra>
Data: 11 e 12 de outubro de 2025>
Local: Quilombo Kaonge – Cachoeira (BA)>
Horário: Sábado: 9h às 03h30 | Domingo: 10h às 22h>
Evento gratuito – entrada mediante doação de 2 kg de alimentos não perecíveis para a campanha Bahia Sem Fome. *Pessoas da comunidade quilombola não precisam realizar a doação para participar do evento.>
Mais informações: @festadaostraoficia>
Com assessoria>