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Junho é mês de festa e faturamento: veja como se qualificar e empreender

Época do ano é uma oportunidade para fazer uma renda extra

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 19 de maio de 2025 às 05:00

Com a chegada de junho, o país vai se pintando de bandeirolas e sabores. O cheiro de milho cozido, licor e bolo de aipim começa a invadir as ruas e, junto com o clima das festas juninas, surge também uma janela de oportunidade para quem quer transformar a tradição em renda.

A cada ano, cresce a demanda por comidas e bebidas típicas, e quem souber aproveitar esse cenário pode faturar um bom dinheiro, sobretudo se estiver preparado. Para isso, cursos rápidos e acessíveis se tornam aliados de quem quer fazer bonito na cozinha e ainda lucrar com isso.

Plataformas como EduK, SENAI Play, YouTube, além de instituições como o Senac e o Sebrae, estão com uma programação voltada para o período, oferecendo capacitações em temas como produção de licores regionais, bolos típicos, doces juninos, caldos, congelamento de salgados e até precificação de produtos, item essencial para quem quer sair do prejuízo.

Só o Senac Bahia está com 700 vagas abertas em cursos na área de gastronomia, em cidades como Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Camaçari, Feira de Santana, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus e Vitória da Conquista. São cursos de curta duração, com carga horária entre 4 e 20 horas, e investimento a partir de R$ 69.

Na programação, o cardápio vai além do esperado: tem bolos juninos, licores, pães delícia, sequilhos, tortas, churros, caldos e salgados comerciais. As inscrições podem ser feitas diretamente no site www.ba.senac.br/cursos ou presencialmente nas unidades das cidades citadas.

No interior, a cidade de Macajuba, no centro-norte do estado, também vai sediar uma formação voltada para o período. Nos dias 19 e 20 de maio, acontece o I Curso de Produção de Licores Artesanais. As inscrições devem ser feitas no primeiro box da Prefeitura. A iniciativa é uma parceria entre a Prefeitura de Macajuba, o Instituto Agrovida e a marca SR Licores Artesanais.

Curso de produção de licores vai acontecer em Macajuba
Curso de produção de licores vai acontecer em Macajuba Crédito: Divulgação

“O curso nasce em Baixa Grande e já está na sua terceira edição, com o objetivo de fomentar a geração de renda e incentivar o empreendedorismo local, uma iniciativa que une saberes tradicionais, capacitação prática e incentivo à economia criativa, oferecido gratuitamente à comunidade”, diz Alécio Santana, comunicador popular e membro do Instituto.

Sara Novaes Dias, 39 anos, é um exemplo de que é após nessa época do ano. Em 2014, com uma filha pequena no colo e outra de poucos meses, ela pediu demissão de um emprego fixo para cuidar das meninas. O dinheiro apertou, já que o marido era o único com renda. Foi na cozinha que ela achou saída.

A empreendedora começou a fazer licor em casa, assistindo vídeos de receitas pelo YouTube. No primeiro ano, vendeu 500 litros só pelo Facebook. Depois saiu das telas e passou a ir em festas juninas como uma forma de fazer com que o público conhecesse seu produto. Mas o verdadeiro salto veio na pandemia, quando ela passou no atacado.

Sara Novaes Dias
Sara Novaes Dias Crédito: Reprodução

Com o tempo e a demanda crescendo, veio também o cuidado com a estrutura. Sara contratou engenheiro de alimentos, fez testes, organizou padrões de validade e investiu em segurança alimentar. A produção, que gira em torno de 3 mil litros de doce de leite por mês ao longo do ano, chega a bater os 30 mil litros de licor só no período junino. A fábrica funciona em ritmo acelerado entre maio e julho. Três colaboradoras fixas ajudam a dar conta do volume, e mais gente é contratada por diária durante a alta.

“É uma loucura boa. Cansativa, mas gratificante. A gente vê o produto indo longe, ajudando outras pessoas a revenderem, e isso é muito forte. Hoje, eu produzo em escala. Não é só fazer e vender. É responsabilidade com o que vai pra mesa dos outros. Tem que amar o que faz. Se dedicar, estudar, ser persistente. Os ‘nãos’ vão vir, mas eles não servem pra travar ninguém. Servem pra gente melhorar”, afirma.

Camila Santana, de 34 anos, fundadora da marca Sancosta Bolos e Salgados. A confeitaria, que nasceu entre 2018 e 2019, foi formalizada em 2021 e hoje é fonte exclusiva de renda da empreendedora. Ela decidiu investir na confeitaria após o nascimento do filho e o início da pandemia. Na época, trabalhava como recepcionista em uma loja de estética e já fazia kits de festa por fora. A Sancosta trabalha o ano inteiro com um cardápio variado e ganha força nas datas comemorativas como Dia das Mães, Namorados, Natal e, claro, o São João.

“No começo, tudo que via de curso eu fazia: bolo decorado, salgados fritos, doces temáticos... Durante a pandemia, a internet ajudou muito. Seguia pessoas da área, me inspirava, estudava. A prática foi melhorando meu produto. O São João é a segunda melhor época, só perde para o Natal. Muita gente viaja e encomenda para levar para a família. Nossa produção quase dobra”, diz.