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Qual o futuro do regime de trabalho no Brasil?

Híbrido:Pesquisas demonstram o impacto do modelo nas organizações

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 06:30

Projeções indicam que até 2027, 85% das organizações brasileiras adotarão algum modelo flexível de trabalho
Projeções indicam que até 2027, 85% das organizações brasileiras adotarão algum modelo flexível de trabalho Crédito: Shutterstock

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (2025), que analisou 2.847 empresas brasileiras, 73% delas já implementaram o trabalho híbrido, mas apenas 31% consideram essa transição “totalmente bem-sucedida”. O mesmo estudo aponta que, nas empresas que investiram em tecnologias de colaboração e gestão remota, a produtividade cresceu 34%. A tendência é clara e crescente: projeções indicam que até 2027, 85% das organizações brasileiras adotarão algum modelo flexível de trabalho, consolidando a expansão do híbrido mesmo em setores mais tradicionais.

Mas a transição do presencial ainda divide gestores e pode definir a competitividade das organizações até 2027. O Brasil vive um momento decisivo na definição de como serão as relações de trabalho na próxima década. Nos bastidores das grandes empresas, uma disputa silenciosa, mas determinante, tem ocupado espaço estratégico: a escolha do modelo de trabalho que irá prevalecer.

A professora nos cursos de pós-graduação em Recursos Humanos do Centro Universitário Internacional Uninter Tatiane Brazilio defende o modelo híbrido. Para justificar a preferência, ela destaca que a Petrobras, ao reduzir seu espaço imobiliário em 47%, obteve uma economia anual de R$ 89 milhões, ao mesmo tempo em que aumentou em 41% a produtividade de suas equipes de engenharia. O Banco do Brasil, tradicionalmente resistente a mudanças, conseguiu elevar a satisfação dos colaboradores em 29% e reduzir custos em R$ 156 milhões ao adotar sua própria plataforma de gestão híbrida. Já a Localiza integrou a mobilidade urbana às suas políticas internas, oferecendo veículos compartilhados aos funcionários. Essa iniciativa gerou uma economia de R$ 34 milhões em benefícios e reduziu em 22% a emissão de carbono, mostrando que inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas.

Bem-estar

“Um estudo do IPEA (2025) mostra que 72% dos trabalhadores em regime híbrido relatam melhora na saúde mental, com queda de 34% em licenças médicas relacionadas a estresse e burnout. Além disso, 31% afirmam ter conquistado maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal”, destaca a professora.

Formado pela UNISBA, pós-graduado em Finanças corporativas e mercado financeiro, há 18 anos atuando na gestão de empresas de diversos portes e segmentos, George Itaiá acredita que o modelo híbrido é ideal por oferecer flexibilidade e a possibilidade de melhorar a qualidade de vida, evitando transtornos com deslocamentos e interrupções. “Ao mesmo tempo, tarefas que exigem sinergia e colaboração entre equipes funcionam melhor quando realizadas presencialmente”, pontua.

George Itaiá acredita que o modelo híbrido é ideal por oferecer flexibilidade e a possibilidade de melhorar a qualidade de vida, evitando transtornos com deslocamentos e interrupções
George Itaiá acredita que o modelo híbrido é ideal por oferecer flexibilidade e a possibilidade de melhorar a qualidade de vida, evitando transtornos com deslocamentos e interrupções Crédito: Caio Teles/Divulgação

Para ele, as organizações que adotaram o modelo com sucesso conseguiram isso por apostar na confiança e autonomia conferidas aos colaboradores. “No home office, o comprometimento individual é fundamental, e processos de comunicação bem estruturados permitem maior registro, organização e efetividade na troca de informações. O modelo híbrido, por sua vez, se adapta bem às novas gerações, que são mais conectadas e digitais. Para garantir produtividade, é importante estabelecer metas claras e sistemas de controle eficientes, mantendo equilíbrio entre autonomia e acompanhamento dos resultados”, completa Itaiá.

Processos claros

Para ele, além da resistência cultural, ainda é necessário investir em ferramentas de controle, políticas e processos claros, para aumentar a efetividade do modelo híbrido. “Embora os paradigmas tradicionais estejam gradualmente sendo quebrados, muitas empresas ainda têm um caminho a percorrer nessa adaptação", defende.

George Itaiá vai além e afirma que empresas que não adotam o modelo híbrido correm o risco de ficar para trás estrategicamente. “Além de perderem bons talentos ao longo do tempo e sofrerem redução de competitividade frente à organizações mais flexíveis e modernas.

Com uma postura similar, Tatiane Brazão acredita que o trabalho híbrido representa mais do que uma alternativa logística: “é um divisor de águas nas relações de trabalho, na gestão de pessoas e na forma como o Brasil poderá competir no mercado internacional”, afirma. Para a professora, adotar esse modelo de forma estruturada significa não apenas acompanhar uma tendência, mas liderar um processo de transformação que pode gerar inovação, inclusão e bem-estar.

Outro aspecto que termina concorrendo para a adoção do regime de trabalho híbrido diz respeito à implementação da NR-01, que responsabiliza as empresas na promoção do bem-estar no ambiente laborativo. Entre as diretrizes dessa norma, estão a identificação e gestão de riscos psicossociais; promoção de ambientes de trabalho saudáveis; capacitação e treinamento contínuos de líderes e colaboradores. “Monitoramento e revisão contínuos das ações adotadas para quaisquer modelos ajudam a garantir ajustes sempre que necessário" finaliza Itaiá.