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Empresa portuguesa negocia compra da mineradora Bamin

Interessada em mina de ferro tem a chinesa CCCC entre as suas sócias

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 16:01

Trecho 1 da Fiol que está sob concessão à Bamin Crédito: Divulgação Bamin

A Mota-Engil, empresa portuguesa que tem como uma das principais sócias a China Communications Construction Company (CCCC), está negociando a compra da Bamin, de acordo com notícia publicada pelo jornal Valor Econômico. A empresa detém a concessão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) – entre Caetité e Ilhéus –, além da mina Pedra de Ferro em Caetité, e planos de construir um porto em Ilhéus.

A negociação foi informada ao jornal por uma pessoa a par do tema, cuja identidade não foi revelada. Procuradas, as companhias não comentaram, ainda segundo o Valor.

A Bamin chegou a ter memorandos de entendimentos com outras três companhias. A Vale chegou a analisar a compra do ativo, sob pressão do governo. A Brazil Iron também chegou a apresentar proposta à Eurasian Resources Group (ERG) pela Bamin. Segundo o jornal, a Rumo, da Cosan, também chegou a ter um memorando firmado para estudar o projeto.

Em 13 de novembro, o CORREIO noticiou que a Vale desistiu do projeto, apesar de o presidente da companhia, Gustavo Pimenta, ter dito durante a Exposibram realizada em Salvador que a empresa estava sempre olhando oportunidades.

Antes disso, em agosto, o jornal mostrou que havia poucas expectativas no governo federal de uma solução ainda em 2025. Na ocasião, o secretário do PPI, Marcus Cavalcanti declarou que a empresa que substituir a Bamin também deverá receber autorização para operar o Porto Sul, em Ilhéus. Na ocasião, ele avaliou que a expectativa era de uma solução até o final do primeiro semestre do ano que vem.

A Bamin, controlada pela Eurasian Resources Group (ERG), sediada no Cazaquistão, conquistou a concessão do trecho 1 da Fiol em um leilão federal, em abril de 2021 — a empresa foi a única interessada. Porém, as obras do empreendimento, que conectaria Caetité (BA) a Ilhéus (BA), não saíram do papel até o momento.

A venda da Bamin deverá incluir também uma repactuação do contrato junto ao poder público, de acordo com a reportagem.

Uma definição em relação à concessão do trecho 1 é fundamental para o plano federal de destravar os trechos 2 e 3 da obra de infraestrutura, planejada para se conectar futuramente com as ferrovias de Integração do Centro-Oeste (Fico) e Norte-Sul.

Incertezas

As preocupações com o destino do trecho 1 da Fiol e o Porto Sul ganharam força no primeiro semestre de 2025, quando a ERG, dona da Bamin, anunciou que a continuidade das obras na ferrovia dependeriam do ingresso de um novo investidor e firmou o distrato no contrato com a Prumo, empresa terceirizada para a implantação da ferrovia.

O anúncio da paralisação das obras despertou a insatisfação entre representantes dos empregados e levou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a iniciar uma investigação sobre um possível descumprimento do contrato de concessão por parte da Bamin.

Em um posicionamento complementar, a ERG informou que “a retomada ocorrerá quando a estrutura de capital para o projeto estiver concluída”. A ERG disse ainda que “segue em busca de investidores”. Sem citar nomes, a companhia relatou que “independente do interesse de determinadas empresas, a ERG permanece em busca de parceiros para a implantação”. Por fim, ressaltou que somente após a definição quanto à entrada de um novo sócio fará uma revisão do cronograma de obras.

Quando informou a desmobilização, a Bamin disse que até a ERG investiu R$ 784 milhões na ferrovia, desde o início da concessão em 2021.

As notícias foram um balde de água fria em quem ainda tinha a expectativa de conclusão do projeto até o início de 2027. Quando esteve em Ilhéus para o lançamento da pedra fundamental da ferrovia, em julho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a cobrar da Bamin que se comprometesse em concluir a obra até o final de 2026.

Na época, a ANTT disse que existem diversos instrumentos previstos em contrato para garantir o cumprimento das obrigações da Bamin em relação ao projeto.