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Mineradoras devem ampliar em 15% o uso de energia renovável até 2030

Setor apresenta os seus compromissos ambientais durante a Exposibram 2025 em Salvador

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 19:44

Raul Jungmann, presidente-executivo do Ibram, apresenta planos ambientais para a mineração brasileira  Crédito: Divulgação Ibram

A conexão entre Salvador, aqui na Bahia, e Belém, no Pará, durante a Exposibram 2025, que está acontecendo no Centro de Convenções da cidade, vai além dos quitutes paraenses que estão sendo servidos aos participantes. A capital baiana foi o local escolhido pelo Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram) para a apresentação de cinco compromissos de preservação, relacionados à COP30, a conferência climática que vai se realizar na capital paraense.

“Chegou a hora do compromisso”, afirmou Raul Jungmann, presidente-executivo do Ibram, lembrando que a partir de novembro, o Brasil assumirá a COP30 por um ano, liderando as negociações climáticas globais. “Esses compromissos foram amplamente discutidos com nossos associados, são verificáveis e serão monitorados publicamente com total transparência e reportados periodicamente. Eles representam o compromisso da mineração brasileira com o país, com o planeta e com as próximas gerações”, destacou.

Salvador reúne maiores nomes da mineração brasileira durante Exposibram 2025 por Divulgação Ibram

Segundo ele, o setor mineral irá apresentar os compromissos de Salvador durante os debates da COP30, em novembro. “A mineração brasileira é um dos primeiros setores a apresentar metas concretas e mensuráveis para a transição climática”, disse Raul Jungmann.

Entre as cinco metas apresentadas pelo Ibram, Jungmann destacou o aumento aumentar em 15% no uso de fontes renováveis na matriz energética até 2030; a ampliação em 10% no ganho líquido de biodiversidade, reforçando o papel da mineração como guardiã de áreas naturais; a redução em 10% no uso de água nova por tonelada produzida, promovendo eficiência hídrica e reuso; a elaboração de 30 planos municipais de adaptação climática em territórios mineradores até 2030, com base no Índice de Progresso Social; além da adoção de padrões de governança e métricas climáticas globais, fortalecendo a transparência e a cooperação no setor.

Para Ana Sanches, presidente do Conselho Diretor do Ibram e CEO da Anglo American no Brasil, o o momento para a divulgação é perfeito. Ela destacou que a indústria da mineração dará ampla publicidade à sociedade ao andamento do que foi anunciado.

“A mineração ocupa apenas 0,052% do território nacional — menos que um corner de campo de futebol, mas temos uma responsabilidade que vai muito além do nosso tamanho físico. Somos parte essencial da transição energética e precisamos mostrar isso ao mundo”, afirmou Jungmann.

Os planos da Vale

Ainda durante a manhã, o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, apresentou os planos da companhia para o futuro. O executivo da mineradora que vem sendo citada no noticiário econômico como uma possível investidora no projeto da Bamin na Bahia – que envolve a mina Pedra de Ferro, o trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul – disse que a Vale caminha em direção à mineração do futuro, definida como tecnológica, circular e responsável socialmente.

Pimenta, que deixou o auditório após sua palestra sem conceder entrevistas, destacou os planos da Vale de investir R$ 70 bilhões em Carajás, no Pará, expandindo a produção de cobre, que é um metal essencial para a transição energética. Ele falou ainda sobre o plano de eliminação das barragens a montante nas operações da companhia até 2030, que teve responsabilidade nos acidentes de Mariana e Brumadinho. Hoje, segundo o executivo, 85% da produção é livre de barragens. “Este é um grande marco nos últimos anos”, ressaltou.

“Queremos que as comunidades nos chamem para ser vizinhos”, disse.

Um dos grandes desafios da empresa na descarbonização de suas minas está no combustível dos veículos que operam fora das estradas, destacou Pimenta. Segundo ele, atualmente a Vale é responsável por 5% do diesel consumido no Brasil. Segundo ele, em outra frente, a empresa trabalha para descarbonizar a cadeia da siderurgia, reduzindo as emissões em 33% até 2030. A empresa já alcançou 27% de retração, destacou. “Conseguir descarbonizar tem um efeito muito importante”, destacou.

Pimenta explicou que a Vale tem priorizado a produção de um tipo de minério de ferro que ajuda os seus clientes a emitirem menos gases de efeito estufa. São os chamados briquetes verdes, com pelotas que reduzem as emissões em 10% no processo de transformação. “A produção demanda menos”, completou.

Os compromissos da mineração brasileira

Energia – Meta: ampliar em 15% a participação de fontes renováveis na matriz energética do setor mineral até 2030, contribuindo para operações de baixo carbono. Métrica: razão entre consumo de energia renovável e consumo total. Linha de base 2023: 149 milhões de Gigajoules de origem renovável (GJ renovável) sobre 331 milhões de GJ totais, razão aproximada de 0,45. Meta 2030: 0,49. Obs: um gigajoule equivale a aproximadamente 277,78 kWh.

Natureza positiva – Meta: ampliar em 10% o ganho líquido de biodiversidade até 2030, medido pelo aumento da razão entre áreas protegidas e áreas impactadas pelas operações. O compromisso dialoga com objetivos nacionais e internacionais de conservação e restauração.

Água – Meta: reduzir em 10% o uso específico de água nova por tonelada de ROM (Run-of-mine, em português “minério bruto”) até 2030, com ênfase em eficiência hídrica e menor pressão sobre recursos. Linha de base 2023: 171,1 milhões de m³ de água nova para 561,6 milhões de toneladas de ROM, razão 0,305. Meta 2030: 0,237.

Adaptação – Meta: fomentar a elaboração de 30 planos municipais de adaptação às mudanças do clima em territórios com mineração até 2030, integrando a agenda climática a planos diretores, mobilidade, saneamento e infraestrutura urbana. Ferramentas de apoio: Índice de Progresso Social, estudo de maturidade da Defesa Civil e aplicativo PROX.

Descarbonização – Adotar padrões de governança e métricas capazes de acelerar a transição: redução das emissões diretas do setor; contribuição à queda de emissões na cadeia global do minério de ferro; viabilização da transição energética por meio de minerais críticos e estratégicos. Linha de base de emissões diretas (Escopo 1 e 2): 12,8 MtCO₂e (Megatoneladas de dióxido de carbono equivalente). Trajetórias indicativas: redução de 40% a 50% até 2035 e de 90% a 95% até 2050, com alavancas como substituição de combustíveis fósseis, eletrificação, contratos de energia renovável de longo prazo, eficiência e soluções baseadas na natureza.