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Naiana Ribeiro
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 06:01
- Atualizado há 2 anos
O reajuste dos preços da gasolina (6%) e do diesel (4%) nas refinarias da Petrobras levou os consumidores baianos aos postos ontem para tentar garantir o preço mais baixo no litro dos combustíveis. Apesar dos novos valores terem entrado em vigor nas refinarias a partir das 0h de ontem, na capital baiana os postos ainda não aplicaram os reajustes nas bombas, o que deve acontecer a partir de amanhã.>
O CORREIO foi a 13 postos de gasolina e observou que os valores continuaram os mesmos, ou até mais baratos. O movimento de motoristas, entretanto, chegou a dobrar em alguns postos, como no Menor Preço e no Posto Sete Portas, ambos na Rua Djalma Dutra - que tiveram fila com mais de 50 veículos.O Menor Preço da Bonocô teve fila com mais de 50 carros ontem (Foto: Almiro Lopes)Segundo o presidente do Sindicato de Postos de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis-BA), José Augusto Costa, a alta nas refinarias deve resultar em um aumento de cerca de R$ 0,20 no litro da gasolina. “O preço depende da determinação dos postos. Ontem, pela manhã, só uma distribuidora vendeu combustível com o preço novo. Hoje, todo mundo deve vender com o preço novo e, em até 48 horas, este aumento deve chegar ao consumidor baiano”, disse.>
Apesar disso, ele ressalta que é impossível prever um percentual único de aumento. “Os preços variam conforme a localização. Tem o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), outros impostos, e a carga tributária - que varia entre os estados”.>
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o impacto na bomba deverá ser mais sentido para os consumidores de gasolina, cuja alta no país é projetada para 4%. O reajuste ocorre em contexto de queda nas vendas de combustíveis no Brasil, de 0,3% no acumulado do ano até agosto, segundo dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). >
Além da procura pelos postos, outra consequência imediata será uma reação em cadeia em outros setores. “O combustível está ligado à logística. Vai gerar um impacto na inflação e em outros setores da economia”, explica Costa.>
A partir de hoje, os consumidores terão que apertar – ainda mais – o bolso. “As coisas aumentam e o salário não acompanha. É um absurdo. Vou usar o carro só para ir ao trabalho. Se antes ia à praia longe, agora vou só andando. Almoçar fora, só se for no quintal de casa”, afirmou o funcionário público William Almeida, 47 anos. O aposentado Osvaldo Pereira, 66, também correu ao posto para encher o tanque. “Como não posso fazer nada, vim aproveitar este último momento com o preço antigo”.>