Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Perla Ribeiro
Publicado em 17 de abril de 2010 às 11:48
- Atualizado há 2 anos
Nas prateleiras das grandes redes de supermercado de Salvador, o quilo de feijão varia de R$2,30 a R$5,44. Como valor pago em um quilo do mais caro dá para levar dois do mais em conta e ainda sobra troco. A novidade é que uma pesquisa realizada pela Proteste Associação de Consumidores avaliou 25 marcas do grão no país e constatou que nem sempre quem paga mais leva o melhor para casa.>
Pesquisa feita pelo Proteste revela: nem sempre quem paga mais leva o melhor feijão para casa>
Segundo a pesquisadora de alimentos da Proteste, Fernanda Ribeiro, a escolha do produto não deve ser norteada pelo preço. “Existem feijões de boa qualidade com valores bem acessíveis. Na nossa pesquisa, o produto com melhor custo benefício era comercializado por R$ 1,70”, informa.>
A pesquisa mostra ainda que o produto melhorou, comparado com a avaliação realizada em 2005. O excesso de umidade foi resolvido, em contrapartida, foram encontrados vários problemas de classificação dos grãos. Tem feijão sendo vendido como “tipo 1” sem ser e outros que usam denominações em seus rótulos que nem existem mais, de acordo com a legislação em vigor desde março de 2008. >
CONSUMO Ele é o produto mais popular na mesa dos brasileiros e, na casa da empregada doméstica Maria da Conceição Gonçalves Lima, 49 anos, não é diferente. Só que, antes de levar a iguaria para casa, ela observa o grão e o preço. “Às vezes, está todo quebradinho”, diz Maria da Conceição, que considera o feijão o produto que mais alimenta. “Pode ter verdura, carne, arroz, macarrão, sem feijão não é a mesma coisa”, considera.>
Já a aposentada Hildete dos Santos, 67 anos, conta que tenta aliar preço e qualidade na escolha. Descobriu a marca Bonzão e não abre mão. “Não tem bicho nem pedra, é limpinho.Além disso, não demora de cozinhar e fica molinho”, enumera a aposentada, que desembolsa R$ 2,59 no quilo. >
Embora muitos defeitos só sejam percebidos abrindo o saco, uma boa observação ajuda o cliente a levar um produto melhor. De acordo com a especialista em alimentos da Proteste, é preciso olhar bem a embalagem e avaliar o grão. Quanto mais homogênea tiver a cor do grão, melhor a qualidade.“O defeito altera a coloração do grão”.>
CLASSIFICAÇÃO Para ser considerado “tipo 1”, o feijão tem que ter, no máximo, 1,5% de defeito do tipo grave. Acima disso, deixa de ser enquadrado nessa classificação. “Na prática, vimos produtos com 6% de defeito sendo classificados como “tipo 1”, explica a especialista em alimentos. >
O feijão é classificado, pelo Ministério da Agricultura, de acordo com a presença de insetos e defeitos do grão. Os defeitos são divididos em leve, aplicado para os grãos quebrados, e grave, que inclui o grão ardido - quando tem umidade, ele fermenta e fica impróprio para o consumo -, mofado, brotado e com perfuração de insetos.>
“Se não foi feita uma boa triagem, se não há boas práticas de colheitas e armazenagem, isso vai favorecer a presença de insetos, o que inviabiliza o consumo”, esclarece. Na Bahia, na safra de 2009/2010, foram produzidas 87,7 mil toneladas do grão. Ainda assim é insuficiente para atender a demanda de consumo do estado, que compra o produto de Minas Gerais e do Paraná.>
(Reportagem publicada na edição do dia 17/04/2010 do CORREIO)Veja também:>