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Portal Edicase
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 18:24
Planejar o futuro financeiro ainda é um desafio para a maioria dos brasileiros. 82% das pessoas não aposentadas ainda não começaram a formar uma reserva para a velhice e 33% sequer pensam no assunto, conforme a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha. >
Esses números revelam uma realidade preocupante: sem uma estratégia clara para poupar e investir, muitos brasileiros podem enfrentar dificuldades financeiras na fase mais vulnerável da vida. “A falta de uma reserva para o futuro pode ter razões financeiras, mas, em alguns casos, a questão é cultural. As pessoas precisam começar a criar o hábito de poupar todos os meses e desconstruir a ideia de que investir é complicado ou só é para quem tem muito dinheiro. Os fundos de investimento são uma excelente porta de entrada para essa formação de poupança”, afirma Soraia Barros, gerente-executiva de Fundos de Investimento da Anbima. >
Segundo a profissional, os fundos têm uma série de vantagens para quem deseja começar a planejar um futuro mais tranquilo desde já. A seguir, ela explica os motivos: >
Com aplicação mínima acessível, a partir de R$ 10, os fundos de investimento podem ajudar a transformar o ato de investir em um hábito. A força dos juros compostos (quando o dinheiro aplicado rende e esse “extra” também começa a render) faz o tempo trabalhar a favor do investidor, multiplicando os rendimentos em horizontes longos. Assim, mesmo quem começa com pouco pode, em 20 ou 30 anos, acumular um patrimônio relevante. >
Para quem está de olho em acumular dinheiro para a aposentadoria , os fundos voltados especificamente para a previdência oferecem algumas vantagens. “Além da gestão profissional e da diversificação, esses fundos podem contar com benefícios fiscais, como a possibilidade de o valor dos aportes ser deduzido da base de cálculo do Imposto de Renda para quem faz a declaração completa”, explica Soraia Barros. >
Além disso, os fundos de previdência oferecem flexibilidade para trocar de estratégia ou instituição, por meio da portabilidade, e isenção de come-cotas, cobrança antecipada de imposto de renda que incide sobre os fundos, o que potencializa os rendimentos no longo prazo. Outro diferencial é a facilidade na sucessão patrimonial, já que os recursos podem ser transferidos diretamente aos beneficiários, sem necessidade de inventário. >
Um dos maiores obstáculos para quem começa a investir é o medo de errar. Nos fundos, profissionais qualificados monitoram o mercado e selecionam os ativos mais promissores. Isso torna o investimento nesses produtos ideal para quem conhece pouco sobre finanças. >
Além disso, os fundos seguem normas claras e são supervisionados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o regulador do mercado de capitais, e pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que estabelece padrões de conduta e boas práticas para o setor. “Isso faz com que os fundos sejam considerados um dos produtos mais transparentes, regulados e seguros do mercado financeiro”, afirma a especialista. >
Uma das grandes vantagens dos fundos é a flexibilidade para ajustar o perfil de risco ao momento de vida do investidor. Nos primeiros anos de carreira, por exemplo, é possível optar por fundos com estratégias mais arrojadas, como multimercados ou ações, que buscam retornos mais altos em prazos longos. À medida que o investidor se aproxima da aposentadoria, a estratégia pode migrar gradualmente para fundos de renda fixa, que priorizam estabilidade e preservação do capital acumulado. >
Essa progressão natural é conhecida como “ciclo de vida do investimento”, e representa uma maneira inteligente de equilibrar segurança e crescimento ao longo do tempo. “Ao ajustar a carteira de forma planejada, o investidor reduz o risco de perdas significativas em momentos de volatilidade”, ressalta Soraia Barros. >
É possível diversificar os investimentos aplicando em diferentes tipos de fundos ou até mesmo em um único fundo que possua uma carteira ampla , composta por ativos de várias classes, setores e regiões. Em um fundo de previdência do tipo multimercado, por exemplo, é possível encontrar desde títulos públicos e privados até investimentos em ações de empresas de diferentes portes, segmentos e mercados — o que reduz a exposição a riscos específicos e aumenta a resiliência da carteira. >
“Essa diversificação é fundamental para objetivos de longo prazo, como a aposentadoria, já que o investidor estará exposto a diferentes ciclos econômicos”, explica Soraia Barros. >
Por Juliana Possas >