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Portal Edicase
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 20:00
O Brasil atingiu o maior número de inadimplentes da sua história. Segundo a Serasa Experian, 77,8 milhões de consumidores estão com o nome negativado, superando o recorde anterior registrado em abril de 2025. Entre as empresas, o cenário também preocupa: 7,5 milhões de CNPJs acumulam R$ 177 bilhões em dívidas. >
Para a educadora financeira Aline Soaper, o cenário é resultado de um conjunto de fatores: alta do custo de vida, uso indiscriminado do crédito e falta de organização financeira. “Muitas famílias e empresas não têm reserva de emergência e acabam recorrendo a linhas de crédito caras, como cartão de crédito e cheque especial. Isso cria um ciclo de dívidas difícil de quebrar”, explica. >
Endividamento
Apesar dos números alarmantes, Aline Soaper garante que é possível limpar o nome e reorganizar a vida financeira seguindo um plano estruturado. Confira 5 passos essenciais listados por ela abaixo! >
Faça um check-up financeiro para saber qual seu real custo de vida e qual sua renda real (com todos os descontos no salário). Com base nesse check-up , você analisa se o custo de vida está maior do que a renda. “Se estiver, não adianta tentar resolver a dívida, precisa resolver a questão de reduzir os gastos e aumentar renda”, explica a educadora financeira. >
Após realizar o check-up financeiro, faça um levantamento de todas as dívidas, separando o valor original, isto é, quanto foi emprestado ou devido no início, do valor atualizado, que inclui juros e multas. Esse diagnóstico mostra quanto você está pagando “a mais” de juros e ajuda a planejar uma negociação mais assertiva. >
Nem todas as dívidas têm o mesmo impacto. As que envolvem bens essenciais ou de alto valor, como financiamento de imóvel, carro ou taxa de condomínio, devem vir primeiro, pois a inadimplência pode gerar perda do bem ou ações judiciais. Negocie ou mantenha em dia essas parcelas prioritárias antes de direcionar recursos para outras dívidas. >
Após assegurar os compromissos prioritários, reserve um valor mensal, que pode ser de renda extra, para quitar dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito , cheque especial ou outros financiamentos. O ideal é atacar uma dívida por vez, começando pela que tem maior taxa de juros. Ao quitá-la, redirecione o valor para a próxima, acelerando o processo. >
Não assuma parcelas que não conseguirá pagar nos próximos meses e ajuste seu orçamento para conseguir cumprir todas elas. Venda coisas sem uso para levantar dinheiro e quitar dívidas 1 a 1, não negocie todas e reparcele. Foque em gerar renda para sair do ciclo de endividamento e evite novas dívidas. “Limpar o nome é só o começo. O verdadeiro desafio é manter-se no azul e construir uma relação saudável com o dinheiro “, finaliza Aline Soaper. >