Governo petista deveria desistir da Ponte Salvador-Itaparica

Tornou-se impossível confiar no projeto gestado ainda no governo Wagner, permanecendo apenas como uma miragem no horizonte nas gestões Rui e Jerônimo

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Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 05:00

Antes de tudo, é preciso salientar: somos a favor da construção da Ponte Salvador-Itaparica. Não há dúvida que este equipamento, se concretizado, trará desenvolvimento econômico ao estado, com geração de empregos e renda. No entanto, tornou-se impossível confiar no projeto gestado ainda no governo petista Jaques Wagner, permanecendo apenas como uma miragem no horizonte nas gestões Rui Costa e Jerônimo Rodrigues. São 14 anos de uma proposta que gera esperanças e constantes frustrações ao povo baiano.

No ano passado, a imprensa baiana noticiou que, apenas com estudos, projetos e o aporte ao Fundo Garantidor, a ponte já custou aos cofres públicos estaduais mais de R$300 milhões. É razoável supor que esse valor já seja muito maior atualmente. A Bahia é um estado que opera com um orçamento limitado, e não é sensato desperdiçar recursos públicos. Esses fundos poderiam ser mais proveitosamente investidos em áreas prioritárias, como saúde, segurança e educação. Enquanto a administração petista se entretém com projetos da ponte, a população baiana sofre com a falta de atenção do serviço público estadual.

Além do expressivo montante de recursos desperdiçados, a falta de transparência acerca das dificuldades agrava a situação. Desconhecemos os motivos pelos quais os navios, que viriam da China para realizar sondagens em águas rasas na Bahia, não cumpriram seu propósito. Nossos governantes atribuíram os atrasos na obra à pandemia da Covid-19 e até mesmo aos ventos, embora a crise sanitária tenha começado no Brasil 11 anos após a promessa de Wagner. O tempo decorrido deveria ter sido mais que suficiente para a concretização do projeto. Até agora, não temos sequer um cronograma realista para a conclusão deste projeto

Defender que o governo petista desista da construção da ponte não significa estar no "time do contra", como dizem nossos governantes, mas sim fazer parte do time da responsabilidade. Para além do recurso público mal empregado, quantos empreendedores têm visto seus planos para abrir lojas, restaurantes ou hotéis serem frustrados? E quantas pessoas dependem do início desta obra para obter oportunidades de emprego e renda na região? Brincar com as expectativas das pessoas é uma irresponsabilidade que não pode ser tolerada.

Os baianos não podem mais ser vítimas de promessas vazias e projetos que se arrastam sem solução à vista.