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Editorial
Publicado em 1 de junho de 2019 às 08:51
- Atualizado há 2 anos
A economia brasileira encolheu no último trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,2%, de janeiro a março deste ano, pela primeira vez, se comparado aos últimos três meses de 2016. Essa queda coloca o Brasil na trigésima oitava posição no ranking de classificação de risco, entre 43 países, de acordo com a agência Austin Rating. Tivemos um resultado pior do que o de países como a Colômbia e o Chile. Objetivamente, o maior desfalque veio da indústria, incrementado pelo desastre ambiental de Brumadinho.>
Mas o acidente de Minas Gerais não explica, sozinho, o resultado negativo da nossa economia. A conta não é tão simples assim. O país perdeu investimentos pelo segundo trimestre consecutivo, um sinal claro de que os empresários não estão mais tão otimistas como se mostravam no período pós-eleitoral. >
A crença de que as respostas do governo viessem nos primeiros meses foi se desfalecendo. Já estamos em junho e perdemos muito tempo discutindo temas que não nos levarão a lugar nenhum. >
Não é saudável esse ambiente de incerteza. Sem as reformas, especialmente a da Previdência, o setor produtivo vê risco em investir. Teme a alta carga tributária, o crescimento da dívida pública e o fantasma da inflação. O consumidor, por sua vez, também está desconfiado. Assustado com o desemprego, não arrisca nas compras e qualquer dinheirinho extra é para pagar débitos, que só estão crescendo. >
Levantamento divulgado, em abril, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o percentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62,7%. Os dados revelam ainda que 9,5% das famílias declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso.>
Então, nunca é demais repetir que as reformas são necessárias e, sem elas, não há como destravar a economia brasileira. A aprovação das mudanças vai permitir que o governo consolide sua grande meta administrativa de equilibrar as contas e o país conquiste a confiança de grandes investidores. Gastar apenas o que cabe no orçamento é lição que o poder público precisa incorporar. É necessário retomar urgente o crescimento. Isso trará ao empresariado um ambiente confiável para os negócios e à população, a tranquilidade do emprego e da renda. >