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Portal Edicase
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 13:04
No fim de ano, o cansaço acumulado, a expectativa pelo futuro e a pressão por um bom resultado nos vestibulares passam a fazer parte da rotina dos adolescentes. A reta final, que deveria ser apenas um momento de revisão, acaba se tornando um período de ansiedade intensa, tanto para os estudantes quanto para suas famílias. >
Segundo Mariana Ramos, professora de Psicologia da Afya Centro Universitário de Itaperuna, esse período exige atenção redobrada ao bem-estar dos jovens. “É comum que eles sintam que todo o ano se resume ao que vai acontecer nessas semanas finais, mas precisamos ajudá-los a enxergar o processo com mais equilíbrio”, afirma. >
Conforme a psicóloga, é comum, entre jovens pré-vestibulandos, o pensamento de que “se eu não passar agora, todo meu esforço terá sido em vão”, uma forma de interpretação conhecida na Psicologia como distorção cognitiva de catastrofização, que leva o estudante a reduzir seu próprio valor e a enxergar o momento de forma extremada. >
A especialista explica que a combinação entre fadiga, cobranças internas e expectativas externas aumenta significativamente o risco de esgotamento emocional, e reforça que o suporte familiar, aliado a estratégias simples de organização e cuidado, pode fazer diferença tanto na saúde mental quanto no desempenho acadêmico . Por isso, destaca a importância de ajudá-los a perceber o processo com mais equilíbrio, compreendendo que o resultado não define quem eles são. >
A seguir, confira estratégias para ajudar pré-vestibulandos a lidar melhor com a fase de provas! >
Manter expectativas equilibradas nessa fase é essencial. Pressionar o jovem a “recuperar o ano inteiro” em poucos dias só aumenta o estresse, e uma rotina organizada, com metas possíveis, traz muito mais segurança. Quando a família colabora para estruturar o tempo de estudo de forma saudável, o adolescente sente maior controle sobre o processo e reduz a ansiedade. >
Muitos estudantes acreditam que dormir menos para estudar mais é necessário, e os adultos podem reforçar essa ideia sem perceber. O cérebro cansado não fixa informações com eficiência; já o sono adequado melhora memória, concentração e desempenho. Proteger o horário de descanso, evitando cobranças, estímulos e interrupções, é uma das formas mais importantes de cuidar do bem-estar nessa fase. >
Inserir momentos de respiro na rotina faz diferença. Caminhar, ouvir música, cozinhar ou praticar atividades leves são válvulas de escape que reduzem a tensão e renovam a energia emocional do adolescente. Esses intervalos tornam o estudo mais produtivo e evitam sobrecarga. >
Comparações com colegas e cobranças excessivas aumentam a pressão sobre o jovem e prejudicam seu equilíbrio emocional . Cada estudante tem um ritmo próprio de aprendizado, e o apoio familiar precisa vir no sentido de acolher, orientar e oferecer segurança, nunca de intensificar a competição. >
A escuta atenta é fundamental na reta final do vestibular. Quando o adolescente encontra espaço seguro para falar sobre inseguranças, parte da carga emocional se dissipa, e o pensamento fica mais claro para enfrentar o que vem pela frente. Abrir conversas francas e acolhedoras fortalece o vínculo e reduz significativamente a ansiedade. >
Demonstre que o amor e o valor do adolescente não dependem de uma aprovação: quando o jovem tem a segurança emocional de que não será definido por uma prova, sua ansiedade diminui, sua autoconfiança cresce e seu desempenho tende a melhorar. O apoio emocional faz diferença não só nas provas, mas na vida. A mensagem precisa ser: “estamos juntos, independentemente do resultado”. >
Para a psicóloga Mariana Ramos, o mais importante é lembrar que o vestibular é apenas uma etapa, não um veredito sobre quem o jovem é ou será. “O vestibular é um marco importante, mas não precisa ser um período de sofrimento. Com suporte adequado, intervenções psicológicas baseadas em evidências e uma rede familiar acolhedora, é possível transformar ansiedade em foco, medo em coragem e pressão em aprendizado. A saúde mental também é um pré-requisito para aprovação, e cuidar dela é tão importante quanto estudar”, finaliza. >
Por Beatriz Felicio >