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Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2022 às 05:00
A quantidade de mudanças, de fake news e também o clima de guerra que se estabeleceu nessa eleição pode confundir muitos eleitores sobre o que é permitido ou proibido fazer na véspera e no dia da votação (domingo, 2/10). Neste ano, a novidade para os eleitores é a proibição do porte do celular na cabine de votação, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse veto é válido apenas para a hora de votar. Mas há outras restrições este ano.>
Com base na lei 9.504/1997, que estabelece normas para as eleições, constitui crime eleitoral, no dia da eleição, a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos. Essa decisão inclui o impulsionamento ou publicação de novos conteúdos eleitorais através da internet no dia do pleito. >
De acordo com Érica Teixeira, advogada especialista em Direito Eleitoral, quem descumprir a lei pode chegar a cumprir pena. “Com as novas resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, já há punição com detenção de seis meses a um ano”, afirma.>
Quem vai votar nestas eleições também deve ficar atento às restrições na véspera do dia de seu exercício político. Conforme a Cartilha da Propaganda Eleitoral, disponibilizada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), caminhadas, carreatas e passeatas só serão permitidas até às 22h do sábado (1).>
Já os comícios e uso de aparelhagem fixa só podem acontecer até a 0h do dia 29 de setembro. A exceção é aplicada apenas aos comícios de campanha, que poderão ser prorrogados por mais duas horas.>
No domingo (2), realização de aglomerações de pessoas portando vestuário padronizado, distribuição de camisetas, caracterização de manifestação coletiva ou ruidosa, realização de showmício e eventos semelhantes para promoção de candidatos estão expressamente proibidas. >
A apresentação, remunerada, ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral também é vetada pela legislação. >
Outra prática que não está permitida pela lei é a divulgação de panfletos de candidatos, prática popularmente chamada de boca de urna. Uma fonte, que preferiu ter sua identidade preservada, declarou que já distribuiu panfletos em mais de uma eleição e pretende fazer o mesmo no domingo, mesmo ciente de que se trata de uma ação ilegal. “Sei que não é algo correto, mas é uma oportunidade de ganhar dinheiro. Normalmente pagam na faixa de R$ 70 a R$ 80 para fazer as divulgações”, revela.>
Érica Teixeira salienta que quem faz boca de urna também pode ter que cumprir pena ou realizar trabalho comunitário no período de seis meses a um ano, já que a prática também é criminosa. Segundo o TSE, qualquer pessoa que tiver conhecimento de infração penal prevista na legislação eleitoral deverá comunicá-la, verbalmente ou por escrito, à autoridade policial, ao Ministério Público Eleitoral ou à autoridade judiciária da zona eleitoral onde a irregularidade se verificou.>
“As divulgações dos panfletos são proibidas porque a grande maioria da população brasileira decide seu voto não no dia, mas na hora de votar. Então, a panfletagem não apenas ofende bastante a preservação ambiental, como também pode acabar influenciando uma eventual mudança de voto do eleitor”, comenta a advogada.>
Érica ainda recomenda o uso da cola para os eleitores, ou seja, uma cédula para que possam imprimir e não errar os números dos candidatos em quem desejam votar. Além de ser permitida, a cola está sendo incentivada pelo TSE depois da proibição do porte de celular na hora de votar.>
Outras práticas permitidas durante as eleições são as manifestações individuais e silenciosas da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato. Sendo assim, é permitido o uso de bandeiras, broches, dísticos, adesivos e camisetas, incluindo as da CBF (Seleção Brasileira), alvo de recente discussão no TSE a respeito do que mesários podem ou não vestir. A utilização de acessórios só não é permitida quando confeccionados ou distribuídos por comitê, candidato, ou com a sua autorização.>
*Sob orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>