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Agência Correio
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 16:29
Uma nova pesquisa internacional com mais de 160 mil adultos derrubou o mito dos 10 mil passos. O estudo, liderado por cientistas da Austrália, Noruega e Espanha, revela que um número mais realista e cientificamente embasado, de 7 mil passos diários, é suficiente para colher grandes benefícios à saúde. >
O estudo, publicado na revista científica The Lancet Public Health, mostra que essa quantidade é ideal para reduzir o risco de doenças graves e melhorar a qualidade de vida. A descoberta traz um alívio para quem se sentia pressionado por uma meta que não tinha qualquer base em evidências.>
Caminhada do fazendeiro
O número de 10 mil passos, na verdade, nasceu como uma jogada de marketing de um pedômetro japonês antes das Olimpíadas de Tóquio de 1964. O novo estudo enfatiza que a consistência é mais importante do que atingir uma meta exata, já que cada passo traz melhorias.>
A meta de 10 mil passos não teve origem em pesquisas científicas, mas sim em uma estratégia de marketing japonesa dos anos 1960. Um pedômetro, conhecido como manpo-kei, foi lançado com o nome que significa “contador de 10 mil passos”. O nome se popularizou e se espalhou pelo mundo, apesar de não ter comprovação científica.>
Segundo a professora Melody Ding, principal autora da pesquisa, “a meta nunca teve base em evidências”. Mesmo assim, ela foi perpetuada por aplicativos e dispositivos de monitoramento físico. >
O novo estudo comprova, então, que a obsessão por um número específico pode ser desnecessária, e que a regularidade na prática de atividades físicas é o fator mais importante para uma vida saudável.>
O estudo acompanhou 160 mil adultos, e os resultados apontam que dar cerca de 7 mil passos por dia já diminui o risco de demência em 38%, de doenças cardiovasculares em 25%, de depressão em 22% e de câncer em 6%. Esses dados mostram a eficácia de uma meta mais acessível e realista.>
Mesmo níveis mais baixos de atividade, como 4 mil passos, já trazem vantagens em relação a um estilo de vida sedentário. Os pesquisadores destacam que ultrapassar os 7 mil passos também traz benefícios extras, principalmente para a saúde do coração, mas não há necessidade de enxergar os 10 mil como uma regra fixa.>