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Heider Sacramento
Publicado em 28 de abril de 2025 às 08:39
Vera Fischer, 73, foi a primeira convidada do Pode Perguntar, novo quadro do Fantástico (TV Globo), que coloca celebridades frente a frente com uma plateia formada por 29 pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de nível 1 de suporte. Sem medo de temas polêmicos, a atriz respondeu de maneira direta a perguntas sobre sexualidade, carreira, dependência química, vida pessoal e haters. >
Sobre sua vida sexual aos 70 anos, Vera respondeu com bom humor e naturalidade: “Eu tô com 73 anos, sabe como eu faço sexo: eu comigo mesma. Já ouviu falar em masturbação? É ótimo. Uma terapia maravilhosa. Você não precisa do outro. Gosto muito de saber de mim, de gostar de mim.”>
Ao ser questionada sobre o Miss Universo de 1969, Vera explicou que não levou a coroa por conta de uma política interna: “Eu acho que tinha mulheres muito lindas. E é o seguinte: em 1968, quem ganhou foi uma brasileira e eles nunca dão dois anos seguidos. Mas eu realmente não merecia ganhar. Eu quis ser miss pra sair de casa. Não era pra ser miss bonita.”>
Vera também falou abertamente sobre a relação com o pai, revelando que ele tinha pensamentos influenciados pelo nazismo. “Meu pai veio pro Brasil na época da Segunda Guerra. Ele dizia que o Hitler fazia discursos que a Alemanha ia ser maravilhosa. Meu pai acreditou naqueles discursos horrorosos. Ele tentou me fazer aquele livro do Hitler. Eu falei: ‘negativo’”, contou.>
A atriz abordou ainda sua relação com as redes sociais e o enfrentamento dos haters. “Não tive celular até 2020. No começo, tinha muita coisa de hater. Fiquei estigmatizada durante muito tempo. Mas agora eu tenho uns fã-clubes que me tratam com tanto carinho, como se eu estivesse vivendo uma vida diferente, sem a dor de ódios antigos”, desabafou.>
Sobre o passado com drogas, Vera reconheceu o envolvimento, mas minimizou a gravidade: “Sim, eu me envolvi com droga. Quem já não se envolveu com outras coisas? Não foi tão brabo assim. A cocaína dá um poder pra pessoa. A pessoa se sente muito poderosa. Eu nunca precisaria disso.”>
Ela também relembrou o casamento com o ator Felipe Camargo, com quem teve o filho Gabriel. “Trabalhei com tantos atores e nunca tinha me apaixonado antes. Mas ali estávamos vivendo uma tragédia grega. Tivemos muitas brigas por ciúme, incompreensão e também imaturidade. Mas foi um casamento bacana enquanto durou.”>
Entre os momentos mais emocionantes, Vera destacou os gestos dos filhos durante períodos difíceis. “Minha filha armou um esquema para me mandar para uma clínica na Argentina, onde fui muito bem tratada. E meu filho, ainda no primário, escreveu um bilhete dizendo para eu ficar linda e trabalhar, que guardo até hoje emoldurado.”>
Símbolo sexual na década de 1980, Vera refletiu sobre o endeusamento da imagem feminina: “Nunca me fez bem o endeusamento. Depois eu descobri que começaram a me chamar de deusa por causa da música da Rosana, que tocava quando eu descia a escadaria como Jocasta em Mandala.”>
Atualmente, a atriz revela ter uma rotina tranquila. “Gosto de ficar em casa, ler meus livros e cozinhar”, resumiu.>